Morto pela truculência policial, Genivaldo é associado ao caso George Floyd
O norte-americano foi sufocado até a morte por policiais de Minneapolis no dia 25 de maio de 2020. O policial Derek Chauvin matou o homem negro por asfixia
Publicado 27/05/2022 12:52 | Editado 29/05/2022 08:05
A morte de Genivaldo de Jesus Santos, 38 anos, sufocado numa câmara de gás improvisada numa viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Umbaúba, no litoral sul de Sergipe, está sendo comparada ao assassinato de George Floyd, que ocorreu há exato dois anos nos Estados Unidos. O homem negro foi morto por um policial após sofrer asfixia mecânica.
Mesmo não oferecendo resistência, Genivaldo foi imobilizado por dois policiais e colocado no camburão com as pernas de fora, gritando, sufocado pela fumaça no interior do veículo. De acordo com o jornal britânico The Guardian, a morte do brasileiro chamou atenção por ter acontecido dois anos após a morte de George Floyd em uma abordagem policial.
O norte-americano também foi sufocado até a morte por policiais de Minneapolis no dia 25 de maio de 2020. Na ocasião, ele foi jogado no chão pelo policial Derek Chauvin que se ajoelhou sobre seu pescoço por quase nove minutos, fazendo com que Floyd perdesse a consciência.
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“A morte terrível causou choque no Brasil, onde a violência policial é banalizada e afeta desproporcionalmente a população negra do país. De acordo com o Fórum de Segurança Pública Brasileiro, a polícia matou 6.416 pessoas em 2020. Quase 80% das vítimas eram negras”, destacou o jornal britânico, que ainda relatou que o fato aconteceu dois dias após a chacina na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro.
A morte do brasileiro foi destaque nesta sexta-feira (27) na imprensa internacional. “Polícia no Brasil mata homem com gás no porta-malas de carro”, publicou The Washington Post. “Mesmo em um país acostumado com notícias constantes de assassinatos policiais, o vídeo, amplamente compartilhado nas mídias sociais desde que foi publicado pela primeira vez na quarta-feira, foi recebido com horror e indignação”, diz a matéria do jornal americano.
O jornal francês Le Parisien diz que a morte de Genivaldo comoveu o Brasil. “A morte de um homem asfixiado depois de ser colocado no porta-malas de uma viatura de polícia, de onde saía uma fumaça espessa, chocou o Brasil”, publicou o jornal francês.
