CNBB lança manifesto em defesa do processo democráticos nas eleições

“Não existe alternativa no campo democrático fora da política com a ativa participação no processo eleitoral. Tentativas de ruptura da ordem institucional, hoje propagadas abertamente, buscam colocar em xeque a lisura do processo eleitoral e a conquista irrevogável do voto”, diz o documento

(foto: Reprodução)

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou, nesta sexta-feira (29), uma carta em defesa do processo democrático nas eleições, da conquista do voto e dos direitos dos trabalhadores e dos pobres. O manifesto é uma resposta às ameaças que Bolsonaro tem feito nos últimos dias ao processo eleitoral de outubro. Ele voltou a colocar em cheque a lisura das urnas eletrônicas e está tentando arrastar a as Forças Armadas para suas aventuras golpistas.

“Não existe alternativa no campo democrático fora da política com a ativa participação no processo eleitoral. Tentativas de ruptura da ordem institucional, hoje propagadas abertamente, buscam colocar em xeque a lisura do processo eleitoral e a conquista irrevogável do voto. Tumultuar o processo político, fomentar o caos e estimular ações autoritárias não são, em definitivo, projeto de interesse do povo brasileiro. Reiteramos nosso apoio às Instituições da República, particularmente aos servidores públicos, que se dedicam em garantir a transparência e a integridade das eleições”, diz um trecho da nota.

O texto é assinado por quatro bispos: Dom Walmor Oliveira de Azevedo, Dom Jaime Spengler, Dom Mário Antônio da Silva e Dom Joel Portella Amado. O documento diz que é contrário à disseminação de fake news e da manipulação religiosa. “A fome e a insegurança alimentar são um escândalo para o país, segundo maior exportador de alimentos no mundo, já castigado pela alta taxa de desemprego e informalidade”, prossegue a carta da CNBB.

De acordo com o texto, diante do cenário enfrentado, inclusive com a pandemia de Covid-19, o que se espera dos governantes são “grandes e urgentes mudanças, em harmonia com os poderes da República, atendo-se aos princípios e aos valores da Constituição de 1988”. A carta pede que “não se permita a perda de direitos dos trabalhadores e dos pobres, grande maioria da população brasileira”.

Os bispos alertam para duas ameaças que merecem atenção especial. “A primeira é a manipulação religiosa, protagonizada tanto por alguns políticos como por alguns religiosos, que coloca em prática um projeto de poder sem afinidade com os valores do Evangelho de Jesus Cristo. A autonomia e independência do poder civil em relação ao religioso são valores adquiridos e reconhecidos pela Igreja e fazem parte do patrimônio da civilização ocidental. A segunda é a disseminação das fake news, que através da mentira e do ódio, falseia a realidade”.

Fonte: Hora do Povo