Veja como foi a entrevista com as diretoras de Quando Falta o Ar

Documentário das irmãs Ana Petta e Helena Petta foi premiado no Festival É Tudo Verdade

Logo no começo do documentário Quando Falta o Ar, aparece na tela um trecho do romance A Peste, de Albert Camus (1913-1960): “decidiu redigir esta narrativa para não ser daqueles que se calam, para depor a favor dos pestiferados, para deixar ao menos uma recordação da injustiça e da violência que lhes tinham sido feitas e para dizer simplesmente o que se aprende no meio dos flagelos: que há nos seres humanos mais coisas a admirar do que a desprezar”.

Tanto o filme quanto o livro tratam da condição humana que sobressai em situações-limites, como as grandes crises sanitárias. Se a epidemia de cólera retratada em A Peste é fictícia, a pandemia exposta em Quando Falta o Ar é não apenas real – mas também atual. Camus se baseou em surtos anteriores de cólera registrados na Argélia um século antes. Já Ana Petta e Helena Petta, as diretoras e co-roteiristas de Quando Falta o Ar,viveram e ainda vivem, como todos nós, a pandemia do novo coronavírus, agravada no País pela negligência do governo Jair Bolsonaro. Mais de 10% das mortes por Covid no mundo foram registradas no Brasil.

Em entrevista nesta quinta-feira (28) ao Vermelho, as irmãs Petta falaram das motivações que as levaram a produzir, em plena pandemia, um documentário contundente e sensível, recém-premiado no Festival É Tudo Verdade. Com foco nas trabalhadoras e agentes da Saúde, Quando Falta o Ar mostra cenários, ambientes, dramas e emoções no dia a dia de quem está na linha de frente do combate à pandemia. É um filme que “depõe a favor” não apenas dos pestiferados de hoje – mas do povo brasileiro. Quando_Falta_o_Ar_Live

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