Criatividade e inovação: os motores do Ceará, por Inácio Arruda

21 de abril é o Dia Mundial da Criatividade e Inovação. Dizem que a necessidade é a mãe da criatividade, […]

21 de abril é o Dia Mundial da Criatividade e Inovação. Dizem que a necessidade é a mãe da criatividade, e talvez tenha sido isto, de buscar forças em meio a um ambiente árido e, por vezes, inóspito, que coloca nossa criatividade cearense em outro patamar.

A criatividade anda de mãos dadas com o conhecimento. O trabalho de cientistas cearenses, com o uso da pele de tilápia para o tratamento de queimaduras, por exemplo, é reconhecido internacionalmente. Na Uece, pesquisadores desenvolveram pomada cicatrizante a partir da água de coco em pó, com alta eficácia no tratamento das ulcerações em indivíduos com diabetes. O Capacete Elmo, outra grande inovação, resultado de uma articulação do Estado com institutos de ciência e tecnologia, universidades e os setores industrial e comercial, salvou milhares de vidas em diversos estados do Brasil durante a pandemia de Covid-19, demonstrando o importante papel do conhecimento científico na superação dos desafios, e a grande capacidade de nosso povo.

Com isso em mente, enquanto estive à frente da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), idealizei a Feira do Conhecimento, que desde sua primeira edição, em 2017, apresenta anualmente uma programação totalmente gratuita, com palestras, oficinas, maratonas e atividades diversas como robótica, jogos digitais, dentre outros, reunindo academia, empresas, governo e comunidade, para mostrar o vasto conhecimento produzido no Ceará.

Fomentei ainda projetos que estimulassem a criatividade em jovens e adultos. Como o Ceará Faz Ciência, mostra científica que reconhece e premia projetos de alunos das escolas e o Ciência Itinerante, que leva monitores de diversas áreas do conhecimento, como Química, Física, Biologia, TIC, Robótica e Energias Renováveis, aos quatro cantos do Ceará, ambos buscam despertar desde cedo a paixão e a curiosidade pela ciência.

Na área da inovação, nunca estivemos tão ativos: iniciativas em governança, saúde, educação e economia, tanto do setor público quanto do privado, colocam o Ceará em destaque. Exemplos apoiados pela pasta são o Programa Corredores Digitais, que cria e traciona startups, dando suporte desde a concepção até a chegada ao mercado; e o Programa Cientista Chefe, onde equipes de pesquisadores estão trabalhando nas secretarias ou órgãos mais estratégicos do Governo do Estado para identificar soluções de ciência, tecnologia e inovação que podem ser implantadas para melhorar os serviços e, desta forma, dar mais qualidade de vida para a população.

Na contramão do Ceará, o governo federal promove sucessivos cortes no orçamento das instituições de pesquisa e universidades, deixando a ciência brasileira numa situação agonizante. O futuro do país depende da reversão desse quadro. Para sairmos do obscurantismo, não há outra solução: é preciso valorizar quem valoriza o trabalho científico em nosso País.

*Ex senador e ex Secretário de Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará

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