Deputado cobra informações sobre rede de fake news operada por militares

Facebook apontou rede de perfis falsos que espalhava fake news sobre questões ambientais. Relator do PL de Combate às Fake News, Orlando Silva solicita informações ao Ministério da Defesa

Deputado Orlando Silva (Foto: Richard Silva/PCdoB na Câmara dos Deputados)

Na última semana, a Meta, proprietária do Facebook e do Instagram, anunciou que identificou e derrubou uma rede de perfis e contas ligadas a dois militares do Exército brasileiro que executava uma operação de desinformação sobre temas ambientais. De acordo com o relatório produzido pela empresa de inteligência digital Graphika, os perfis criticavam a atuação de organizações não-governamentais e elogiavam a ação do Exército no combate ao desmatamento na Amazônia.

Relator do Projeto de Lei (PL) de Combate às Fake News na Câmara, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) apresentou nesta quarta-feira (13), um requerimento de informações (RIC 210/2022) ao ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, sobre as medidas adotadas em relação ao caso.

No documento, o parlamentar questiona, por exemplo, se a participação dos militares foi comprovada e se os responsáveis pelos perfis já foram identificados; quais as ações adotadas até o momento; e se a Pasta pretende punir os militares caso seja comprovada a atuação; entre outros questionamentos.

“É preciso evitar que este tipo de ação volte a acontecer. Queremos saber quem são os criminosos e as ações adotadas”, afirmou Orlando.

Diante do relatório apresentado, o Exército, por meio de nota, afirmou que “não fomenta a desinformação por meio das mídias sociais. A instituição possui contas oficiais nessas mídias e obedece as políticas de uso das empresas responsáveis por essas plataformas. Assim, o Exército já entrou em contato com a empresa Meta para viabilizar, dentro dos parâmetros legais vigentes, acesso aos dados que fundamentaram o relatório, no que diz respeito à suposta participação de militares nas atividades descritas”.

Para Orlando, diante do posicionamento do Exército, “a solicitação das informações por parte do Parlamento é relevante, pois consideramos que preceitos da ética militar como cultuar a verdade, a lealdade, a probidade e a responsabilidade como fundamentos de dignidade pessoal podem ter sido descumpridos”. 

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