Recuo da pandemia já ultrapassa dois meses

Mesmo com flexibilização do uso de máscaras, avanço da vacinação tem garantido uma queda sustentável dos indicadores de covid-19 no Estado, mostra o “Boletim Epidemiológico USP-Covid”

© Rovena Rosa/Agência Brasil

Os dados da semana epidemiológica mais recente (27 de março a 4 de abril) mostram que a situação da pandemia de covid-19 no Estado de São Paulo continua melhorando, graças ao avanço da vacinação, assim como na maior parte do país. Os números, fornecidos pelo Comitê Científico do governo do Estado, estão resumidos no Boletim Epidemiológico USP-Covid desta semana.

Todos os indicadores de SP seguem em queda ou estáveis, relativamente à semana epidemiológica anterior: novos casos (-17%), novas internações (sem variação) e óbitos (-17,5%). Excluindo-se o efeito estatístico do carnaval (que causou um acúmulo artificial de notificações na semana seguinte ao feriado), esses indicadores estão em queda no Estado desde o início de fevereiro. Cerca de 92% da população acima de 5 anos do Estado já está com esquema vacinal completo, o que funciona como uma barreira imunológica coletiva contra a circulação do vírus. 

Apesar da melhora na situação, é importante ter em mente que a pandemia não acabou — o vírus permanece presente e mais de 50 pessoas ainda morrem por semana de covid-19 no Estado com menos de 200 óbitos diários em média no país. O uso de máscaras permanece obrigatório no transporte público e nos serviços de saúde, assim como em ambientes fechados com concentração de pessoas. Recomenda-se também o uso de máscaras em ambientes abertos, sempre que houver concentração de pessoas. 

Menor percentual da pandemia

O percentual de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causados pela covid-19 chegou ao menor patamar desde o início da pandemia, divulgou hoje (6) a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Boletim InfoGripe.

Nos momentos mais críticos da emergência sanitária, em 2021, 96% dos casos virais de SRAG eram causados pela covid-19, enquanto, nas últimas quatro semanas, esse percentual caiu para 50,7%. A queda da participação da covid-19 nos casos de SRAG cede espaço ao vírus sincicial respiratório (VSR), que atingiu 29,7% do total de casos nesse período.

Apesar da redução da participação da covid-19 entre os casos de SRAG viral, a doença ainda responde por 91,3% dos óbitos quando são contabilizados os casos da síndrome com testes laboratoriais positivos para vírus respiratórios nas últimas quatro semanas.

Se for considerado todo o ano de 2022, 56,7% dos 107 mil casos de SRAG registrados tiveram resultado laboratorial que confirmava a presença de algum vírus respiratório. Entre esses casos, 5,5% foram por Influenza A, 0,1% por Influenza B, 3,9% por VSR e 86,7% pelo Sars-CoV-2 (vírus causador da covid-19) .

A incidência da SRAG em crianças manteve a tendência de alta, com sinal de ascensão significativa em diversos estados desde o mês de fevereiro. O boletim explica que dados laboratoriais relacionam a alta ao VSR na faixa etária de até 4 anos. Já na população de 5 a 11 anos, houve interrupção de queda nos casos associados ao Sars-CoV-2 e aumento de casos associados a outros vírus respiratórios.

A Fiocruz mostra o aumento da incidência da SRAG infantil é a razão para que 11 das 27 unidades federativas apresentem sinal de crescimento da incidência da síndrome nas últimas seis semanas: Acre, Amapá, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Paraiba, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima e Tocantins. Já Rio Grande do Sul e São Paulo apresentam essa tendência apenas na análise das últimas três semanas.

Para a curva nacional de casos de SRAG, a avaliação é de que ela mantém sinal de queda na análise das últimas seis semanas, mas apresenta sinal de estabilidade nas últimas três, o que indica uma estabilização no patamar de 2,2 casos semanais por 100 mil habitantes.

Estatísticas diárias

O número de mortos em decorrência da covid-19 subiu para 660.723. Nas últimas 24 horas, foram registrados 195 novos óbitos. Ontem (5), o painel de informações da pandemia contabilizava 660.528 mortes.

Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias é de 173, abaixo da marca de 200 pelo quinto dia e a mais baixa desde 17 de janeiro. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de -36%, tendência de queda nos óbitos decorrentes da doença.

Ainda há 3.088 mortes em investigação. Os óbitos em investigação ocorrem pelo fato de haver casos em que o paciente morreu, mas a investigação se a causa foi a covid-19 ainda demanda exames e procedimentos posteriores.

A quantidade de pessoas infectadas pelo novo coronavírus desde o início da pandemia foi para 30.067.249. De ontem para hoje foram confirmados 27.120 novos diagnósticos positivos da covid-19. Até ontem, o sistema de informações do Ministério da Saúde marcava 30.040.129 casos acumulados.

Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias é de 173, abaixo da marca de 200 pelo quinto dia e a mais baixa desde 17 de janeiro. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de -36%, tendência de queda nos óbitos decorrentes da doença.

O número de casos em acompanhamento da covid-19 está em 463.639. O termo é dado para designar casos notificados nos últimos 14 dias que não tiveram alta nem evoluíram para morte.

Até hoje, 28.942.887 pessoas se recuperaram da covid-19. O número corresponde a 96,3% dos infectados desde o início da pandemia.

Os dados estão na atualização do Ministério da Saúde divulgado nesta quarta-feira (6). Nela, são consolidadas as informações enviadas por secretarias municipais e estaduais de Saúde sobre casos e mortes associados à covid-19.

Os números em geral são menores aos domingos, segundas-feiras o nos dias seguintes aos feriados em razão da redução de equipes para a alimentação dos dados. Às terças-feiras e dois dias depois dos feriados, em geral há mais registros diários pelo acúmulo de dados atualizado.

Estados

Segundo o balanço do Ministério da Saúde, no topo do ranking de estados com mais mortes por covid-19 registradas até o momento estão São Paulo (167.594), Rio de Janeiro (72.967), Minas Gerais (60.987), Paraná (42.950) e Rio Grande do Sul (39.124).

Já os estados com menos óbitos resultantes da pandemia são Acre (1.994), Amapá (2.127), Roraima (2.146), Tocantins (4.147) e Sergipe (6.327). Entre ontem e hoje não foram registradas novas mortes no Acre, Amapá, Roraima e Tocantins.

  • Em alta de óbitos (4 estados): AM, CE, RN, SE
  • Em estabilidade (4 estados): AC, AP, PA, RR
  • Em queda (18 estados e o DF): PR, PB, BA, MA, AL, RO, ES, GO, SP, SC, PI, MT, TO, PE, MS, DF, RS, RJ , MG

Vacinação: 75,03%

Os dados do consórcio de veículos de imprensa desta segunda-feira (4) mostram que 161.194.339 brasileiros estão totalmente imunizados ao tomar a segunda dose ou a dose única de vacinas. Este número representa 75,03%  da população total do país. A dose de reforço foi aplicada em 78.934.152  pessoas, o que corresponde a 36,74% da população.

A população com 5 anos de idade ou mais (ou seja, a população vacinável) que está parcialmente imunizada é de 87,92% e a população com 5 anos ou mais que está totalmente imunizada é de 80,54%. A dose de reforço foi aplicada em 48,79% da população com 18 anos de idade ou mais, faixa de idade que atualmente pode receber o reforço da vacinação.

No total, 10.876.164 doses foram aplicadas em crianças, que estão parcialmente imunizadas. Este número representa quase 53,05% da população nessa faixa de idade que tomou a primeira dose. Ainda nesta faixa, 3.567.609 estão totalmente imunizadas ao tomar a segunda dose de vacinas, o que corresponde a 17,40% da população deste grupo.

Boletim 06.04.2022

Autor