Maioria é contra privatização de Petrobras e Eletrobras, diz pesquisa

Para 43% dos brasileiros, nenhuma estatal deve ser privatizada

A maioria dos brasileiros é contrária à privatização da Petrobras e da Eletrobras. É o que aponta pesquisa PoderData divulgada nesta sexta-feira (1º/4) pelo site Poder360. De acordo com o levantamento, 54% avaliam que o governo deve “continuar sendo dono” da Petrobras, enquanto 30% dizem que a companhia deve ser vendida. A empresa está novamente às voltas com ameaças privatistas.

Na segunda-feira (28), enquanto a pesquisa era realizada, o presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu substituir o general Joaquim Silva e Luna pelo economista Adriano Pires na presidência da estatal. A saída de Silva e Luna foi anunciada duas semanas depois do aumento de 25% no diesel e de 19% na gasolina nas refinarias – reajustes alinhados à política liberal de preços adotada pela Petrobras desde 2016.

No caso da Eletrobras, 56% dos brasileiros são contrários à venda e 29% disseram ser favoráveis. Outros 15% não souberam responder. O apoio à manutenção da empresa sob controle estatal cresceu sete pontos desde março de 2021, quando a pergunta foi feita pela primeira vez.

Em 22 de fevereiro, acionistas da Eletrobras aprovaram a desestatização da empresa. A aprovação já era esperada pelo setor elétrico e, agora, a oferta pública de ações primárias só depende da segunda análise pelo TCU (Tribunal de Contas da União), aguardada para acontecer até abril.

A expectativa do governo é que a privatização seja feita até maio, mas o movimento sindical e a oposição a Bolsonaro resistem. A venda da Eletrobras consta na Lei 14.182, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente no ano passado.

A pesquisa também mostrou que 43% dos brasileiros consideram que nenhuma estatal deve ser privatizada. Além disso, 25% dizem que é preciso vender apenas parte das estatais, e 20% acham que todas devem ser vendidas.

A pesquisa PoderData ouviu 3 mil brasileiros, por telefone, em todos os estados do País, de 27 a 29 de março de 2022. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Com informações do Poder360