Após escândalo no MEC, ministro Milton Ribeiro pede exoneração do cargo

A saída do ministro ocorre uma semana após os escândalos envolvendo liberação de verbas na pasta para prefeitos acompanhados de pastores

Ex-ministro Milton Ribeiro (Fotomontagem feita com as fotos de: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr; Marcos Oliveira/Agência Senado)

O que já vinha sendo aguardado aconteceu. O ministro da Educação, Milton Ribeiro, pediu exoneração do cargo nesta segunda-feira (28). A permanência dele na pasta estava sendo considerada insustentável, uma vez que as denúncias de corrupção envolvendo liberação de verbas atinge diretamente o seu chefe num ano eleitoral. Bolsonaro tratou pessoalmente do assunto com o ministro.

Para o lugar dele, está sendo cotado um nome ligado ao ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), que já controla o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ou ao presidente do PL, Valdemar da Costa Neto.

A saída do ministro ocorre uma semana após os escândalos envolvendo liberação de verbas na pasta para prefeitos acompanhados de pastores. Na ocasião, Bolsonaro afirmou que colocaria “a cara no fogo” pelo ministro. Nas conversas gravadas, Ribeiro admitiu atender aos pedidos dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. 

“Minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar, porque foi um pedido especial que o presidente fez para mim”, declarou o ministro envolvendo Bolsonaro no caso.

A vice-líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Alice Portugal (BA), considerou que deixa a pasta mais um ministro sem engajamento com o setor. “Milton Ribeiro acaba de pedir exoneração. É o quarto ministro da Educação a comandar a pasta no governo Bolsonaro. Cai mais um que não tem compromisso com a Educação brasileira! Já vai tarde!!!”, escreveu a parlamentar no Twitter.

“Urgente! Ministro da Educação Milton Ribeiro anuncia exoneração. Mas vai ficar por isso mesmo? A CPI precisa sair! Protocolei pedido na Câmara na última semana e já temos 73 assinaturas. Não deixaremos essas irregularidades caírem na impunidade. #CorrupçãonoMEC”, reagiu o deputado Rogério Correia (PT-MG).

“Milton Ribeiro pede exoneração do Ministério da Educação. Já vai tarde! Mas enquanto não mudar de presidente, não vai melhorar!”, afirmou o deputado Henrique Fontana (PT-RS).

A líder do PSOL na Câmara, Talíria Petrone (RJ), também defende apuração do caso, mesmo após o pedido de exoneração. “O fundamentalista Milton Ribeiro pediu exoneração após escândalo de corrupção no MEC. Não podemos esquecer que ele e os pastores envolvidos no esquema ainda precisam ser investigados”, disse.


“Caiu o ministro pelo qual o presidente disse que colocava a cara no fogo! Milton Ribeiro vai responder a inquéritos da PF e STF. Bolsonaro vai colocar a cara no fogo?”, questionou o senador Jean Paul (PT-RN).

“CAI MILTON RIBEIRO. Mas é importante que o #BolsolãodoMec não se resuma a personificação do ex-ministro. Os áudios revelados deixaram clara e evidente o envolvimento do presidente Bolsonaro nos esquemas de desvios de dinheiro da educação. A investigação é necessária para todos”, escrveu no Twitter a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bruna Brelaz.

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