Rússia alerta para riscos da presença da OTAN na Ucrânia

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, alertou que se a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) enviar forças militares para a Ucrânia provocará um confronto direto com as tropas russas.

Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov

Durante um discurso nesta quarta-feira (23), no Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscou, o experimentado diplomata russo comentou o anúncio feito por autoridades polonesas anunciaram de que em breve convocarão uma cúpula da OTAN e que a Aliança precisa enviar forças de paz.

“Espero que eles entendam o que está em jogo. Seria um confronto direto entre as Forças Armadas russas e as tropas da Otan, que todos não apenas queriam evitar, mas alegavam que nunca deveria acontecer”, alertou Lavrov, segundo a agência de notícias TASS.

O chanceler russo não descartou que Varsóvia, depois de oferecer o envio de forças de paz à Ucrânia, queira estabelecer uma sede na cidade ucraniana de Lviv, na fronteira entre os dois países, e depois ficar lá.

“O segundo propósito desta provocação é que já se falou não só de manutenção da paz. Os países bálticos disseram que poderiam enviar alguns pequenos batalhões para defender a Ucrânia”, disse Lavrov, pedindo à Otan que “mantenha a compostura”.

Mais cedo, o primeiro-ministro polonês Mateusz Morawiecki declarou que a Ucrânia tinha o direito de convidar “quem quiser” para o seu território, incluindo as forças de paz da OTAN, e comentou que a Rússia “não se atreverá a atacar a Aliança”.

Em outra parte de seu discurso, o chefe da diplomacia de Moscou enfatizou que os países europeus mostraram que não são confiáveis ​​como parceiros, então a Rússia será fortalecida.

Ele explicou que a União Econômica da Eurásia, a Organização de Cooperação de Xangai, o grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e outros mecanismos serão prioritários para fortalecer os intercâmbios.

“Se a Europa cair em si, não fecharemos a porta”, mas Moscou considerará possíveis propostas de cooperação “de posições qualitativamente diferentes”, destacou.

A Rússia iniciou uma operação militar na Ucrânia em 24 de fevereiro, depois que as autoridades das autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk solicitaram ajuda para repelir o aumento da agressão de Kiev.

O presidente russo, Vladimir Putin, explicou que o objetivo da operação é proteger a população de Donbass dos abusos e genocídio de Kiev durante os últimos oito anos, além de “desmilitarizar” e “desnazificar” a Ucrânia.

Ele também reiterou que Moscou não pode permitir que Kiev adquira armas nucleares e continue a se militarizar, o que constitui um perigo para a segurança do país. Ele enfatizou que a expansão contínua da Organização do Atlântico Norte (OTAN) para o leste é inaceitável para a Rússia.

Fonte: Prensa Latina