Etanol: Sob Bolsonaro, aumento já é de 68,63%

No governo Lula, preço teve reajuste em torno de 28% em 8 anos.

Após o anúncio do aumento dos combustíveis derivados de Petróleo – gasolina e diesel – feito pela Petrobras no último dia 10, os produtores de etanol também aumentaram o valor do etanol nas regiões pesquisadas pelo  Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). “Entre 7 e 11 de março, o Indicador CEPEA/ESALQ semanal do [etanol] hidratado fechou a R$ 3,1606/litro, forte alta de 8,2% frente ao período anterior – trata-se da terceira maior elevação da temporada 2021/22”, informa o último boletim da instituição.

Porém, o valor do etanol – popularmente conhecido como álcool – não era assim tão alto em outros governos. Lula fechou seus oito anos de mandato com um aumento de 28,28% do combustível; Dilma com uma alta de 35,42% em seus 5 anos; Temer 12,66% em seus 16 meses e Bolsonaro, 68,63% até o momento, início de seu quarto ano de mandato.

O preço médio do litro do etanol passou de R$ 1,386 em janeiro de 2003, para R$ 1,778 em dezembro de 2010. E de R$ 2,812 em janeiro/2019 para R$ 4,742 em março de 2022.

A evolução dos valores até este ano foi gradual, como mostra a pesquisa de média de preços ao consumidor do Sistema de Levantamento de Preços da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Até hoje (21), o etanol acumula um aumento de 17,44% em relação ao mês de março de 2021; porém, até o final de março, a porcentagem pode variar. Além do preço médio ao consumidor, a ANP mostra o preço máximo do etanol pesquisado em um dos 11.664 postos de combustíveis pesquisados: R$ 7,989.

Álcool ou açúcar

Com o aumento do preço do etanol no mercado, sobe também o preço do açúcar – que na última semana, passou a ficar escasso na região Centro-Sul do Brasil, segundo o boletim do açúcar do Cepea. Isso acontece porque o insumo utilizado para a fabricação do açúcar é o mesmo para a fabricação do etanol.

“A moagem da cana-de-açúcar pode ser destinada para produção de açúcar ou de etanol. Não existe uma “espécie” para produção de açúcar e outra para etanol”, explicam os especialistas da Universidade de São Paulo.

Porém, nem só de cana se faz álcool, o milho também é utilizado para fazer o combustível. E, com o aumento da demanda interna pelo combustível, somente em fevereiro – antes do último aumento anunciado pela Petrobras -, dos 129,3 milhões de litros de etanol produzidos, 118,7 milhões foram fabricados a partir do milho, segundo a UNICA – maior entidade do setor sucroenergético.

A destinação do milho para a produção de etanol – mesmo com a alta demanda internacional pelo cereal por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia – mostra que o aumento do álcool não deve ser passageiro.

Fonte: Portal Reconta Aí