Despacho da guerra Rússia-Ucrânia: arredores de Kiev sob ataque

A capital da Ucrânia, Kiev, está se preparando para um ataque russo à medida que os combates se intensificam nos arredores da cidade. Autoridades militares em Lviv dizem que militares russos lançaram um ataque aéreo mortal contra uma base militar ucraniana em Yavoriv, ​​perto da fronteira polonesa.

As pessoas em Kiev tentam escapar com o grosso das forças terrestres russas a cerca de 25 quilômetros do centro da capital ucraniana.

O Gabinete de Vladimir Zelensky, o presidente ucraniano, disse, nesta madrugada, que Kiev e Moscou estão se aproximando de um acordo. O assessor do chefe do gabinete de Zelensky, Mikhail Podolyak, afirmou ao Kommersant que Kiev e Moscou estão avançando para um acordo nas negociações.

O presidente russo, Vladimir Putin teria dito, ontem, ao presidente turco Recep Tayyip Erdogan, que não se importa de se encontrar com o presidente ucraniano, e que não é contrário à ideia de se encontrar com Zelensky. A informação é do Ministério das Relações Exteriores da Turquia, após conversa telefônica com Putin, .

O prefeito de Mariupol diz que 12 dias de bombardeios russos mataram 1.500 pessoas na cidade portuária sitiada enquanto os bombardeios continuam. Mariupol é considerada o coração das milícias de extrema-direita, de extração nazifascista, que foram incorporadas ao Exército ucraniano, com autonomia de comando. Por isso, os ataques russos a esta cidade são ainda mais intensos.

Sirenes de ataque aéreo foram soadas em quase todas as regiões da Ucrânia no sábado. As cidades de Kharkiv, Chernihiv, Sumy e Mariupol continuam cercadas e sob forte bombardeio russo.

Enquanto isso, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, disse que Moscou tratará os carregamentos de armas ocidentais para a Ucrânia como alvos militares legítimos.

Kiev se prepara para ataque total

Combatentes civis e moradores da capital estão se preparando para um grande ataque enquanto as forças russas cercam a cidade com tropas e artilharia a poucos quilômetros de distância. Explosões podiam ser ouvidas dentro e ao redor de Kiev.

As forças russas continuam a se espalhar pela capital e assumem posições de tiro, apesar da resistência das forças ucranianas.

Imagens de satélite mostraram casas em chamas na cidade de Moshchun, a menos de 9 km ao norte de Kiev.

O exército russo também atingiu a região de Zhytomyr, a oeste de Kiev, como parte das tentativas russas de interromper ou cortar completamente as linhas de abastecimento da capital.

Ataques russos destruíram o aeroporto na cidade de Vasylkiv, ao sul de Kiev, disse o porta-voz do ministério Igor Konashenkov.

Mariupol sob bombardeio pesado

Embora as forças ucranianas tenham dito que quase destruíram um batalhão russo perto de Mariupol, a cidade continua sob forte bombardeio russo – inclusive em infraestrutura civil.

De acordo com a inteligência militar da Ucrânia, as forças russas capturaram áreas na periferia leste da cidade sitiada.

A Ucrânia disse que as forças russas bombardearam uma mesquita na cidade, onde cerca de 80 civis estavam escondidos, a maioria cidadãos turcos. As autoridades disseram não ter informações sobre sua condição, com as comunicações com a cidade interrompidas.

As Nações Unidas disseram que a situação em Mariupol era desesperadora, com “relatos de saques e confrontos violentos entre civis sobre os poucos suprimentos básicos que restam na cidade”.

Batalhas se intensificam em Donetsk

A cidade de Volnovakha, no leste da Ucrânia, foi destruída, mas a cidade continua sob controle ucraniano e os combates continuam para evitar um cerco russo, disse o governador de Donetsk, Pavlo Kyrylenko.

De acordo com Kyrylenko, as forças russas atingiram Avdiivka com mísseis balísticos de curto alcance Tochka-U desde a manhã de sábado. A cidade é estrategicamente importante, pois está na linha de frente com as áreas separatistas de Donetsk.

Suprimentos de armas ocidentais para a Ucrânia são ‘alvos legítimos’

O russo Ryabkov disse que Moscou pode ter como alvo carregamentos de armas ocidentais para a Ucrânia, aumentando os temores de um possível confronto entre as forças russas e os estados membros da Otan que atualmente reforçam o exército ucraniano como a Polônia e os países bálticos.

“Nós alertamos os Estados Unidos que o bombeamento orquestrado de armas de vários países não é apenas uma jogada perigosa, é uma ação que transforma esses comboios em alvos legítimos”, disse Ryabkov à televisão estatal no sábado.

Vítimas

Na sexta-feira, autoridades em Mariupol disseram que os ataques russos mataram pelo menos 1.582 civis na cidade.

O escritório de direitos humanos da ONU confirmou a morte de 564 civis, incluindo 41 crianças, na Ucrânia desde o início da invasão russa.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy disse no sábado que cerca de 1.300 soldados ucranianos foram mortos desde o início da guerra.

As estimativas dos EUA colocam o número de baixas russas em 2.000 a 4.000, enquanto o único número oficial de mortos na Rússia, anunciado na semana passada, disse que 498 soldados russos foram mortos.

Com informações da Aljazira e Sputnik News