Morre aos 80 o físico Luiz Pinguelli Rosa, ex-presidente da Eletrobras

“Pinguelli Rosa deu imensa contribuição para a evolução e defesa do sistema energético brasileiro, que hoje está sob ataque de entregadores do País”, declarou Lula

O físico Luiz Pinguelli Rosa (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

O físico e ex-presidente da Eletrobras Luiz Pinguelli Rosa faleceu nesta quinta-feira (3), aos 80 anos, no Rio de Janeiro. Ele estava internado no Hospital São Lucas, em Copacabana, na Zona Sul, onde veio a falecer. A UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), da qual o físico foi professor, declarou luto oficial de três dias.

Pinguelli era graduado em Física pela UFRJ, mestre em Engenharia Nuclear pela Coppe/UFRJ e doutor em Física pela PUC-Rio. Sua atuação profissional abarcou posições tanto nas áreas de Física quanto em Engenharia. Foi diretor por quatro mandatos da Coppe – Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da UFRJ, além de ter sido membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC). Ele presidiu também a Eletrobras durante o governo Lula (2003-2004).

“Luiz Pinguelli Rosa foi físico, cientista, professor e profundo conhecedor do sistema elétrico brasileiro, trabalhando e defendendo incansavelmente o desenvolvimento social, econômico e tecnológico do Brasil, o avanço da ciência e a segurança energética do nosso país”, afirmou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Pinguelli Rosa deu imensa contribuição para a evolução e defesa do sistema energético brasileiro, que hoje está sob ataque de entregadores do País.”

Em nota, a UFRJ lembrou que Pinguelli foi professor emérito e titular do Programa de Planejamento Energético da Coppe, bem como professor do Programa de História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia da UFRJ. Ocupou ainda cargo de secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, organismo científico do governo brasileiro voltado para estudos relacionados ao problema do aquecimento global em suas implicações para o país.

As áreas de pesquisas mais recentes de Pinguelli antes de seu falecimento, de acordo com UFRJ, se concentravam em planejamento energético, mudanças climáticas, além da epistemologia e história da ciência. Mas as pesquisas do professor já se dedicaram à engenharia nuclear, física de reatores, física teórica e física de partículas, ressaltou a universidade.

Fora do Brasil, Pinguelli foi pesquisador e professor visitante de diversas universidades, como as de Stanford (EUA), Pensilvânia (EUA), Grenoble (França), Cracóvia (Polônia), do Centro Internacional de Pesquisa em Meio Ambiente e Desenvolvimento (França), do Centro de Estudos Energéticos Enzo Tasselli (Itália), da Agência Nacional de Energia Nuclear e Fontes Alternativas (Itália) e da Fundação Bariloche (Argentina). Além disso, foi membro do Conselho do Pugwash, entidade fundada por Albert Einstein e Bertrand Russel e que participava do Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC).

“O Brasil perde um dos seus mais renomados cientistas e especialistas em energia”, lamentou a ex-presidenta Dilma Rousseff, em nota sobre a morte de Pinguelli Rosa. “É um dia triste para todos os brasileiros. Pinguelli foi um homem à frente do seu tempo, um visionário defensor da ciência e do país. Ele foi um nacionalista que colocou o Brasil e os interesses do povo no centro de todo o seu trabalho intelectual e científico.”

Com informações do Valor Econômico e do Brasil 247