Conselho adverte que privatização da Eletrobras causará explosão das tarifas

Com a privatização, o Conselho Federal de Economia prevê que o preço das tarifas de energia pode se tornar até “quatro vezes superior” ao atual

A Comissão de Política Econômica do Conselho Federal de Economia divulgou um documento em que critica o processo de privatização da Eletrobras. O texto, intitulado Manifesto dos Economistas, entidades e profissionais contra a Privatização da Eletrobras, é assinado por uma série de outras entidades e também conta com adesões individuais.

“A Eletrobras é a maior empresa de geração e transmissão de energia elétrica da América Latina. A eventual privatização da Eletrobras provocaria profunda desorganização do Setor Elétrico Brasileiro (SEB), com repercussões negativas para toda sociedade brasileira. Os prejuízos se verificarão no curto e no médio prazo, a começar por uma explosão tarifária”, diz o texto.

Segundo os signatários, com a privatização, o preço das tarifas pode se tornar até “quatro vezes superior” ao atual. Além disso, os economistas ressaltam que há ganhos de escala em manter um sistema nacional estruturado em torno da Eletrobras, o que permite a distribuição de investimentos e o combate a desigualdades regionais.

Além destes pontos, o documento estima que a desarticulação do SEB levará a um aumento do consumo de energia térmica, que está previsto no projeto de privatização, provocando um impacto negativo sobre a questão ambiental.

“As economias de escala, a diversidade geográfica e o sistema de transmissão robusto do SEB, estruturados pela Eletrobras, facilitam uma integração confiável e econômica de recursos renováveis. No entanto, se a Lei de Privatização da Eletrobras for aplicada, estará consolidado destino inverso para o País. Além das consequências do encarecimento das tarifas – aumento de pobreza energética, perda de competitividade da indústria, maior desemprego, e pressão inflacionária – a privatização e a contratação de mais usinas térmicas provocarão aumento das emissões de poluentes”, critica o documento.

Fonte: Reconta Aí