Genoino: Renato Rabelo sempre esteve ao lado da luta dos trabalhadores

O ex-deputado federal José Genoino (PT-SP) saudou os 80 anos do dirigente do PCdoB e presidente da Fundação Maurício Grabois, Renato Rabelo.

Foto: Alex Silva

O ex-deputado federal José Genoino (PT-SP) saudou os 80 anos do dirigente do PCdoB e presidente da Fundação Maurício Grabois, Renato Rabelo. Ele destacou sua proximidade, desde o início da militância de Renato na Ação Popular, atravessando a repressão militar, durante a ditadura.

Também celebrou a luta de Renato durante a redemocratização do país, lembrando os momentos de respeito e admiração pela determinação em construir um Brasil justo e democrático. Enfatizou que, neste momento de hegemonia da extrema-direita, é legítimo lembrar e homenagear estes militantes que dedicaram sua vida em defesa de grandes causas.

Leia e ouça a íntegra da saudação de José Genoino:

É uma honra, um dever e um compromisso político participar, nesta data, das homenagens, das lembranças e do resgate da história de 80 anos do Renato Rabelo.

Digo isso, porque na minha geração dos anos 1960, como militante do PCdoB, e na minha relação de aliança política com Ação Popular, eu já conhecia o nome de Renato Rabelo. Conhecia suas iniciativas políticas e a sua competência como militante socialista, como comunista, àquela época dos anos 1960, e início dos anos 1970, na direção nacional da AP.

Depois, nos reencontramos, não diretamente, mas indiretamente, quando há uma entrada, uma fusão com o Partido Comunista do Brasil. Nesta época, eu era preso político e ao sair da prisão, em 1977, após o massacre da Lapa, eu já tinha o conhecimento e as informações sobre o Renato Rabelo.

Nesse processo, que foi muito dramático, no bojo de um massacre e também de uma reestruturação do Partido Comunista do Brasil, nós fizemos escolhas diferentes. Eu me movimentei no sentido de militar no Partido dos Trabalhadores, portanto saindo do Partido Comunista do Brasil. 

Mas sempre tivemos uma relação de muito respeito, confiança e uma relação como militante socialista e respeito ao dirigente comunista do Partido Comunista do Brasil.

Estivemos participando de movimentos importantes como a campanha das Diretas, em 1983, eu já como deputado.

Participamos de maneira mais intensa da campanha do Lula para presidente, em 1989, em que a aliança principal era o PT e o PCdoB.

Ao longo desse processo, eu diria, de 1989 até os dias de hoje, o PCdoB sob a direção do Renato e outros companheiros, sempre foi um parceiro leal ao Partido dos Trabalhadores, nas disputas eleitorais, nas nossas experiências de governo e, principalmente, no desafio de governar o Brasil a partir da eleição do Lula, em 2002, e quando iniciamos o governo, a partir de 2003.

Como deputado federal, eu tinha uma relação muito boa com a bancada do Partido Comunista do Brasil, isso desde a Constituinte, até antes, com Haroldo Lima e Aldo Arantes. E isso se estendia ao Renato Rabelo, com quem a gente cruzava, vez por outra, na Câmara dos Deputados.

Então, eu diria que, ao longo dessa trajetória, primeiro, nós temos que lembrar a determinação, a militância comprometida com um projeto nacional, democrático, popular e socialista para o Brasil. 

Segundo, o militante político que colocou sua vida a serviço de grandes causas, de grandes objetivos. 

Em terceiro lugar, o militante que diante das dificuldades, – e muitas que nós passamos -, sempre se colocou ao lado da luta, da revolução, ao lado da luta dos trabalhadores. 

Essa homenagem é justa e legítima, porque procura trazer as lições de uma vida cheia de elaborações, cheia de caminhos no sentido de construir esse projeto para o nosso país.

Renato Rabelo, desde os anos 1960, e principalmente, passando pelo período da ditadura militar, que foi um período muito duro, sempre teve esse compromisso, essa determinação.

Nesses momentos de dificuldades que nós enfrentamos, nesses momentos de crise de um governo que compromete direitos elementares, liberdades políticas, direitos sociais, a própria soberania nacional; um governo fundamentalista, de vínculos com protofascismo; é muito importante esse resgate que busca destacar essas lideranças de esquerda que, ao longo da nossa história política, colocaram suas vidas, sua inteligência, sua militância, seu esforço para construir esse projeto.

Nós estamos, hoje, diante de uma grande janela de oportunidade, que é derrotar os que nos derrotaram com o golpe de 2016, e reconstruir o Brasil soberano, justo, solidário, democrático, antineoliberal e socialista. 

Um grande abraço, Renato Rabelo!