STJ julgará ação de advogado de Lula contra União por grampo ilegal de Moro

A ação violou a privacidade de 25 advogados e também o direito ao sigilo advogado-cliente. Cristiano Zanin pede indenização de R$ 100 mil

O advogado Cristiano Zanin (Foto: Felipe Araújo)

Os ministros da 1ª turma do STJ devem julgar na próxima terça-feira (22), recurso especial no qual a banca Teixeira Zanin Martins Advogados processa a União pela interceptação telefônica do principal ramal do escritório. O sócio do escritório é Cristiano Zanin, advogado do ex-presidente Lula, e as interceptações foram autorizadas pelo ex-juiz Sergio Moro no âmbito da Lava Jato.

As conversas interceptadas aconteceram em 2016. Dois anos mais tarde, em 2018, a 8ª turma do TRF da 4ª região determinou a destruição dos áudios gravados em um dos ramais do escritório Teixeira, Martins e Advogados durante investigações da operação Lava Jato.

Naquela oportunidade, o desembargador João Pedro Gebran Neto, relator, concluiu que não houve ilegalidade na decisão de Moro que havia determinado a produção de prova, pois o número grampeado foi fornecido pela empresa do ex-presidente em dados cadastrais informados à Receita Federal. O magistrado explicou que apenas depois de deferida e implementada a interceptação verificou-se que a linha pertencia ao escritório Teixeira, Martins e Advogados.

Julgamento marcado

No STJ, a banca afirma que o Juízo Federal da 13ª vara de Curitiba/PR, sob a condução do então juiz Sergio Moro, autorizou de forma “ilegal e dissimulada” a interceptação telefônica do principal ramal do escritório Teixeira, Zanin, Martins Advogados, “violando a privacidade de 25 advogados e também o direito ao sigilo advogado-cliente”. Zanin pede indenização de R$ 100 mil pelo grampo ilegal.

Fonte: Migalhas