Lula amplia diálogo PSD para ter o apoio no 1º turno

Além de abrir mão das disputas ao governo na Bahia e Minas Gerais, Lula acena no Amazonas favoravelmente à reeleição do ex-presidente da CPI da Covid, o senador Omar Aziz

O ex-presidente da CPI,Omar Aziz (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ampliou as negociações para consolidar o apoio do PSD a sua candidatura ainda no primeiro turno das eleições presidenciais. Além de abrir mão das disputas ao governo na Bahia e Minas Gerais, Lula acena no Amazonas favoravelmente à reeleição do ex-presidente da CPI da Covid, o senador Omar Aziz.

A investida do ex-presidente sobre o partido de centro engloba até o apoio a recondução, na próxima legislatura, de Rodrigo Pacheco (MG) à presidência do Senado. O PSD possui 2 governadores, 11 senadores e 35 deputados federais.

Na Bahia, o PT não lançaria ao governo o senador Jaques Wagner para apoiar Otto Alencar, destaque da CPI da Covid. Em Minas Gerais, o partido também não teria candidato em apoio ao atual prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil.

Em recente entrevista à CartaCapital, Kalil fez elogios ao ex-presidente e considerou positivo a possibilidade de dividirem o palanque ainda no primeiro turno. “Lula não precisa do Kalil, mas pode ser que o Kalil precise de Lula”, disse o prefeito que tem 74% de aprovação na capital mineira.

O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos, liderança expressiva do PSD no Amazonas, diz que entrou no partido recentemente e evitou falar das negociações envolvendo Aziz. “Vou participar dos debates, defender minhas posições internamente e aguardar a posição oficial do partido”, afirmou.

No blog “Francamente”, espaço criado pelo deputado, ele expressou uma certeza: “Nem os bolsonaristas da política são mais capazes de deixar de reconhecer que, na ordem natural das coisas, Lula será presidente.”

De acordo com Ramos, essa percepção se fortalece quando o próprio Lula não se deixa contaminar pelo clima de já ganhou de setores da esquerda e busca construir um palanque amplo e que atraia um voto de centro.

“Além de reafirmar a todo momento que teremos uma eleição dura e reconhecer que Bolsonaro consolidou um segmento da sociedade mobilizado e radicalizado capaz de ir com ele até as últimas consequências”, avaliou.

Omar Aziz

Uma fonte, que acompanha as negociações em nível nacional, diz que Lula tem apoio de Aziz no processo de negociação. O ex-presidente da CPI da covid se destacou no cenário nacional como um parlamentar de oposição a Bolsonaro, evidenciado pelas críticas feitas a ele pelas ações negacionistas e o atraso na compra de vacinas.

Procurado, Aziz também tem evitado falar sobre o assunto, mas é considerado próximo ao ex-presidente. Em dezembro passado, ele esteve reunido com candidato petista e deu ampla publicidade para o encontro. “Falamos sobre o cenário nacional atual, sobre o que foi feito quando ele era presidente e também quando fui governador. Aqueles tempos mudaram. Hoje, vivemos num país em que as pessoas procuram comida no lixo para comer”, escreveu na rede social.

“Precisamos voltar a avançar. Precisamos voltar a pensar em um projeto para o Brasil. Precisamos voltar a pensar em cada cidadão brasileiro. Precisamos voltar a ser uma Nação”, completou Aziz.

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