Canadá e França reprimem bloqueios de caminhoneiros, que crescem

A polícia começa a operação para limpar os manifestantes que bloqueiam uma ponte que liga o Canadá aos EUA depois que uma ordem judicial para encerrar o bloqueio entrou em vigor. Na França, cerca de 7.000 policiais foram mobilizados antes dos protestos do fim de semana.

Policiais montam guarda enquanto caminhoneiros e apoiadores continuam bloqueando o acesso à Ponte Ambassador, que liga Detroit e Windsor

Tanto a polícia canadense, quanto a francesa estão reagindo com repressão aos protestos de caminhoneiros antivacina, que bloqueiam estradas e pontes cruciais para o comércio. Depois de semanas de tensionamento, com ocupação de ruas centrais, bloqueio de áreas de transporte industrial e incômodo para os moradores das cidades, os governos decidiram reprimir com força os protestos que reivindicam fim das restrições sanitárias contra a pandemia e expressam insatisfação com a crise econômica que afeta as famílias desses trabalhadores.

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Na França, os protestos falam de queixas mais amplas que devem dominar o período que antecede a eleição presidencial. Há quem se queixe do estado da economia, do aumento dos custos de energia, que atingiu países em todo o mundo e do custo de vida em geral.

A polícia canadense diz que está cumprindo uma ordem judicial para liberar manifestantes que ocupam uma ponte importante na fronteira Canadá-EUA, depois que um juiz concedeu uma liminar para encerrar o bloqueio por pessoas que se opõem às restrições da pandemia de covid-19.

A ação policial no sábado ocorre depois que os manifestantes bloquearam a Ambassador Bridge, uma ligação vital entre Windsor, Ontário, levando a pedidos do presidente dos EUA, Joe Biden, para encerrar o bloqueio. O primeiro-ministro Justin Trudeau prometeu a Biden uma ação rápida para acabar com a crise.

Gás lacrimogêneo contra comboio francês

Um manifestante vestindo um colete amarelo segura uma placa que diz "Vamos escoltar nossa raiva por nossa liberdade"

A polícia francesa disparou gás lacrimogêneo contra manifestantes na avenida Champs Elysees, em Paris, no sábado, pouco depois de um “Comboio da Liberdade” que protestava contra as restrições da covid-19 chegar à capital.

Inspirados pelas buzinas das manifestações do “Comboio da Liberdade” no Canadá, os motoristas agitaram bandeiras francesas e buzinaram, desafiando uma ordem policial de não entrar na cidade.

Mais cedo, a polícia disse ter parado 500 veículos que tentavam entrar em Paris e quase 300 multas foram entregues aos seus ocupantes no meio da manhã, disse a polícia.

A menos de dois meses das eleições presidenciais, o governo do presidente Emmanuel Macron está ansioso para impedir que os protestos se transformem em manifestações em grande escala, como os protestos antigovernamentais dos “Coletes Amarelos” de 2018.

O movimento dos Coletes Amarelos, que começou como um protesto contra os impostos sobre os combustíveis, se transformou em uma revolta mais ampla que viu algumas das piores violências nas ruas em décadas e testou a autoridade de Macron.

Separadamente, a polícia também disse que prendeu cinco manifestantes no sul de Paris na posse de estilingues, martelos, facas e máscaras de gás.

Cerca de 7.000 policiais foram mobilizados para os protestos do fim de semana. A polícia criou postos de controle, mobilizou veículos blindados e instalou canhões de água para preparar a cidade para os protestos. Até agora, a ação de bloqueio policial parece efetiva.

Como no Canadá, os protestos franceses são contra as regras que exigem um passe de vacina para entrar em muitos locais públicos e ocorrem após meses de manifestações regulares contra o passe em Paris e outras cidades.

Não é apenas na França que esses protestos estão se formando. Dezenas de caminhões e outros veículos, de tratores a um carro rebocando uma caravana, chegaram a Haia no sábado como parte de um “comboio da liberdade”, bloqueando a entrada do histórico complexo parlamentar na Holanda.

Das Agências de Notícias

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