Brumadinho lembra os três anos das 272 mortes provocadas pela Vale

Comunidade e familiares das vítimas denunciam impunidade da mineradora e cobram justiça

Três anos depois, familiares e a comunidade de Brumadinho lembram seus mortos Foto de Aloísio Morais

Os familiares e moradores de Brumadinho prestaram suas homenagens às 272 pessoas mortas pela lama despejada pelo rompimento da barragem da Vale S.A. na mina de Córrego do Feijão, distrito de Brumadinho, na Grande Belo Horizonte. O ponto alto das homenagens e cobrança de justiça para as vítimas aconteceu no Trevo do Letreiro, na entrada da cidade, onde os oradores destacaram sobretudo a impunidade em torno do crime.

Afinal, ninguém ainda foi preso ou levado ao banco dos réus três anos depois. A impunidade gritante acabou levando o caso para as barras da Justiça alemã. Isso porque a empresa Tüv Süd considerou que a represa não apresentava nenhum perigo de rompimento. Com isso, em busca de indenizações, pouco mais de mil pessoas atingidas pela lama no Vale do Rio Paraopeba recorreram à Justiça alemã, que pode dar seu parecer nos próximos meses.

Em Minas, por enquanto, a Vale S/A se limitou a enfiar as mãos nos bolsos e destinar R$ 37 bilhões ao governo de Minas, que agradeceu e usará a maior parte dos recursos na construção de um Rodoanel que nada tem a ver com a lambança provocada pela lama da mineradora.

Enquanto isso, os restos mortais de seis vítimas continuam desaparecidos.