Conajira manifesta apoio aos jornalistas da Folha de S. Paulo

Por meio de carta, Comissão Nacional de Jornalistas pela Igualdade Racial da FENAJ afirma ser necessário que o veículo “reavalie e se responsabilize pela falta de diversidade, sobretudo pela falta de inclusão de vozes que fazem parte da Redação, assim como pelo racismo sistemático que se reflete no contexto editorial de todo o grupo.”

Os jornalistas da Folha de S. Paulo receberam, nesta quinta-feira (20), o apoio das Comissões de Jornalistas pela Igualdade Racial dos Sindicatos de Jornalistas dos Estados de São Paulo, Alagoas, Ceará e Pará; do Distrito Federal; do Município do Rio de Janeiro; o Núcleo de Jornalistas Afro-brasileiros do Rio Grande do Sul e a Diretoria de Relações de Gênero e Promoção da Igualdade Racial da Bahia, reunidas na Comissão Nacional de Jornalistas pela Igualdade Racial (Conajira), da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ).

Na véspera, 186 jornalistas da Folha de S. Paulo endereçaram à direção do jornal carta na qual expressam preocupação com a publicação recorrente de conteúdos racistas. O episódio foi noticiado pelo veículo em matéria publicada nesta quinta-feira no jornal.

Na carta divulgada pela Conajira/Fenaj, os colegas demonstraram seu total apoio aos profissionais da Folha: “Também acreditamos, como está escrito no manifesto publicado hoje ‘… que buscar audiência às expensas da população negra seja incompatível com estar a serviço da democracia'”, afirmam no documento em que afirmam ser notório que a Folha de S. Paulo tem destinado seus espaços de opinião à utilização de discursos racistas sob o argumento de ser um veículo que preza pela pluralidade e que, no entanto, ao desconhecer seus limites, se contradiz.

No texto, os fóruns pela igualdade racial da categoria que integram a Conajira ressaltam que a defesa da luta para assegurar a liberdade de opinião a todo veículo e profissional no exercício da profissão, mas repudiam qualquer prática que exceda os limites desse direito. “Nós, da Conajira, registramos ainda que – para além de um exame de consciência acerca das publicações recentes – é necessário que a Folha de S. Paulo reavalie e se responsabilize pela falta de diversidade, sobretudo pela falta de inclusão de vozes que fazem parte da redação, assim como pelo racismo sistemático que se reflete no contexto editorial de todo o grupo, que impacta na vida de colaboradores dentro e fora das redações. Tal sistema abre brechas para, entre outras violências, episódios como esse”, concluem.