Rússia denuncia tentativas externas de desestabilizar o Cazaquistão

As manifestações no Cazaquistão começaram em 2 de janeiro nas cidades de Zhanaozen e Aktau, no sudoeste, e tinham como motivo os altos preços do gás liquefeito de petróleo.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia declarou hoje que o país considera os recentes acontecimentos no Cazaquistão uma tentativa concebida de fora para minar violentamente a segurança e a integridade naquele país asiático.

A declaração reafirmou a adesão de Moscou aos seus compromissos no âmbito da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO) e seu apoio à adoção de medidas urgentes em relação à rápida deterioração da situação política interna e ao aumento da violência no Cazaquistão.

“Consideramos os recentes acontecimentos no país amigo uma tentativa de minar a segurança e integridade do Estado pela força, usando formações armadas treinadas e organizadas”, afirma o comunicado.

Ele assegurou que Moscou continuará a consultar o governo cazaque e outros aliados do CSTO para analisar e desenvolver, se necessário, novas medidas eficazes para ajudar as agências de aplicação da lei do Cazaquistão a implementar uma operação de contraterrorismo e garantir a segurança de todos os civis, sem exceção.

De acordo com o texto, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia trabalhará para ajudar a desbloquear a infraestrutura crítica no país da Ásia Central e colocá-la de volta sob o controle das autoridades cazaques.

Após o pedido de ajuda enviado na véspera pelo Presidente do Cazaquistão, Kasym-Zhomart Tokáyev, o Conselho de Segurança Coletiva do CSTO decidiu nesta quinta-feira (6) enviar tropas de paz àquele país por um período limitado de tempo a fim de estabilizar e normalizar a situação .

O serviço diplomático russo explicou que a decisão foi tomada de acordo com o artigo 4 do Tratado de Segurança Coletiva de 15 de maio de 1992.

Pelo Tratado, em caso de agressão (um ataque armado que ameace a segurança, a estabilidade, a integridade territorial e a soberania) contra qualquer um dos Estados-Membros, todos os outros Estados, a seu pedido, prestarão imediatamente apoio e assistência. Necessário, incluindo assistência militar.

As manifestações no Cazaquistão começaram em 2 de janeiro nas cidades de Zhanaozen e Aktau, no sudoeste, onde os moradores protestaram contra o aumento dos preços do gás liquefeito de petróleo (GLP).

Dois dias depois, ocorreram motins e confrontos com a Polícia de Almaty (sudeste) e outras cidades do Cazaquistão, nos quais foram registrados cerca de 20 mortos, mais de mil feridos, além de extensos danos a prédios públicos, empresas e inúmeras ações de vandalismo.

O presidente cazaque decretou estado de emergência por duas semanas em todo o país e demitiu o governo. Tokáyev assumiu o comando do Conselho de Segurança Nacional e em sua última reunião definiu como terroristas os envolvidos nos confrontos, ao mesmo tempo que prometia medidas severas contra os culpados.

Apesar da renúncia do governo e da ordem presidencial de regular imediatamente os preços dos combustíveis, os protestos no país continuam.

Fonte: Prensa Latina