Mais de 100 congressistas norte-americanos pedem mudanças a Biden em relação a Cuba

Um total de 114 parlamentares democratas enviaram nesta quinta-feira (16) uma carta ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, exigindo uma política diferente em relação a Cuba que priorize o bem-estar do povo cubano.

Na carta, apoiada pelos chefes de 18 comissões da Câmara dos Deputados, eles pedem ao presidente que estabeleça sua própria estratégia em relação à ilha e abandone a linha do ex-presidente Donald Trump (2017-2021), que reforçou o bloqueio com 243 medidas adicionais ainda vigentes.

Os legisladores destacam que uma mudança urgente é necessária devido à escassez de alimentos, suprimentos médicos e necessidades básicas na nação das Antilhas em meio à pandemia de Covid-19.

Os parlamentares também pedem que o governo levante todas as restrições às transações bancárias e financeiras, bem como às remessas familiares e outras, a fim de ajudar a melhorar o padrão de vida dos cubanos.

Embora os regulamentos permitam a entrega de ajuda humanitária, na prática os requisitos de licenciamento, a verificação do uso final, as restrições ao setor bancário e o medo de violar inadvertidamente a lei dos Estados Unidos complicam seriamente a entrega de ajuda à ilha.

Os parlamentares também se referiram aos obstáculos para que os americanos se desloquem ao país antilhano, cuja flexibilidade aumentaria o fluxo de suprimentos humanitários e a distribuição de dinheiro e bens enviados diretamente às mãos dos cubanos.

Os democratas signatários lembraram que Cuba foi retirada da lista de Estado Patrocinador do Terrorismo em 2015, mas o governo Trump não citou nenhum fato novo que justificasse sua decisão de reincorporar a ilha nos últimos dias de seu mandato.

Portanto, recomendaram ao Departamento de Estado uma nova revisão que permita a retirada de Havana daquela lista unilateral que dificulta tanto as relações bilaterais quanto a compra ou recebimento de mercadorias.

Além disso, os parlamentares deixaram claro que, além de eliminar as sanções, apoiam uma mudança mais abrangente para avançar na normalização das relações entre os Estados Unidos e Cuba.

Para isso, solicitaram a Biden que autorize o aumento de pessoal das respectivas embaixadas, o que “não seria apenas um gesto de boa fé”, mas também contribuiria para uma migração segura e ordenada dos cubanos interessados ​​em fazê-lo, que agora põem em perigo suas vidas para chegar ao país do norte.

Da mesma forma, eles instaram a retomar a cooperação em áreas-chave de interesse mútuo, como migração, resposta a desastres, meio ambiente, luta contra o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, bem como iniciar diálogos para enfrentar a Covid-19 e também futuras pandemias.

Por fim, os políticos destacam que a proteção dos direitos humanos em Cuba e os interesses dos Estados Unidos se beneficiam de melhores relações, e não do isolamento unilateral, que se revelou uma “política fracassada“.

Fonte: Prensa Latina