China: “democracia dos EUA tornou-se arma de destruição em massa”

“O sistema democrático e o caminho democrático de cada país e cada qual deve ser elegido independentemente pelas pessoas de cada país de acordo com suas próprias condições nacionais”

Ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi I Foto: Xinhua

Nas mãos dos Estados Unidos, “a democracia tornou-se uma arma de destruição em massa usada para interferir nos assuntos de outros países”, declarou o Ministério das Relações Exteriores da China ao final dos trabalhos da chamada “Cúpula das Democracias” convocada por Biden.

Um evento para o qual países como a Rússia e a China não foram convidados enquanto governantes sanguinários como o filipino Duterte que organizou matança sob pretexto de combate ao narcotráfico, ou um apreciador das torturas como Bolsonaro. “Um evento direcionado a semear divisão e confronto”, segue o artigo chinês, publicado no dia 11, alertando que “tais práticas só vão provocar mais tumulto e desastre ao mundo e recebem forte condenação da comunidade internacional”.

A China destaca que “desde 2001, as guerras e operações militares lançadas pelos Estados Unidos no Afeganistão, Iraque Síria e Líbia ceifaram centenas de milhares de vidas, causaram ferimentos em milhões e deslocaram de seus lares dezenas de milhões. O fiasco no Afeganistão demonstrou que a imposição de democracia sobre os outros simplesmente não funciona”.

“O sistema democrático e o caminho democrático de cada país e cada qual deve ser elegido independentemente pelas pessoas de cada país de acordo com suas próprias condições nacionais”, indica comunicado.

O documento também questiona a democracia dos EUA dentro de casa: “A disfuncionalidade da democracia norte-americana é um fato que não pode mais ser encoberto. A baderna no Capitóilo, o assassinato de George Floyd que detonou protestos por todo o país, a trágica incapacidade de lidar com a pandemia da Covid-19 e uma realidade na qual os ricos ficam cada dia mais ricos e os pobres cada vez mais pobres”.

Protestos em razão da morte de George Floyd, nos EUA I Foto: Simon Dawnson/Reuters

“A democracia”, prossegue o texto, “é um jogo baseado no dinheiro que atende aos ricos”.

A denúncia é que o “estilo norte-americanos de democracia é a política do dinheiro, da divisão social, da tensão racial, do fosso no acesso às riquezas” ali produzidas.

“Durante muito tempo, os EUA impuseram seu próprio sistema político e valores a outros, promoveram a ‘transformação democrática’, impuseram indiscriminadamente sanções unilaterais e instigaram ‘revoluções coloridas’, o que provocou consequências desastrosas”, acrescenta o ministério chinês.

A China sublinha que a “Cúpula das Democracias”, “desenhou uma linha ideológica e torna o termo democracia em um instrumento e uma arma. Semeou o impedimento das democracias, sob o pretexto de sua defesa, incitou à divisão e confronto, desviando a atenção de seus próprios problemas internos”.

E finaliza apontando outro caminho a ser buscado e seguido: “Devemos escolher a solidariedade sobre a divisão, a democracia sobre a hegemonia. Devemos firmemente rejeitar e nos opor a todas as formas pseudodemocráticas e práticas antidemocráticas e à manipulação política sobre a cobertura de democracia e empreender incansáveis esforços em direção à construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade.

Fonte: Hora do Povo