Selic em alta, emprego em baixa, alerta o presidente do Sindecon-SP

“Estamos debaixo de uma política econômica que deprecia o setor produtivo e beneficia a especulação”, afirma Pedro Afonso Gomes, em entrevista à Agência Sindical.

O aumento da taxa de juros afeta o setor produtivo, inibe a geração de empregos e gera uma série de outros impactos negativos. Nesta quinta (8), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou em 1,5% a taxa Selic, que passa para 9,25%. E deve subir mais.

“Estamos debaixo de uma política econômica que deprecia o setor produtivo e beneficia a especulação”, alerta Pedro Afonso Gomes, presidente do Sindicato dos Economistas do Estado de São Paulo (Sindecon-SP), em entrevista à Agência Sindical.

E a inflação não vai cair, garante – bem como a taxa Selic. “Nossa inflação não é de demanda. O aumento inflacionário decorre em grande parte dos preços administrados pelo próprio governo. O caso mais flagrante, atual, é o preço da gasolina”, ele esclarece. Os seguidos aumentos, autorizados, nas tarifas de energia elétrica também puxam pra cima a inflação.

Salário

Para o trabalhador, a preocupação é sempre concreta. Ele quer saber se vai ter emprego e se o salário vai aumentar. Pedro Afonso Gomes responde que não. E explica: “Em vez de comprar maquinário ou expandir a produção, o empresário vai preferir colocar seu dinheiro para render juro. Sem gerar emprego, a massa salarial permanece arrochada. Com desemprego, os Sindicatos perdem poder de pressão”, explica o presidente do Sindecon-SP.

Reservas

Dilma Roussef caiu, mas deixou reserva de US$ 270 bilhões. Segundo Pedro Afonso Gomes, parte desses recursos poderia ajudar a equilibrar as altas do dólar, da inflação e da taxa Selic, além de também ser revertida para o setor produtivo.

Fonte: Agência Sindical