UBM-MG e MPM entregam manifesto de denúncia contra o feminicídio ao MP

No Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher a UBM Minas Gerais e MPM entregaram manifesto de denúncia contra o feminicídio ao Ministério Público de Minas Gerais

Em Minas Gerais a UBM e o MPM entregaram ontem (25) o manifesto de denúncia contra o feminicídio ao Ministério Público e para a promotora Patrícia Habkouk  Coordenadora do Centro de Apoio Operacional das Procuradoria da Violência Doméstica e Familiar, documento esse assinado por várias entidades e organizações que fazem parte do Levante Feminista Contra o Feminicídio em Minas Gerais.

A Campanha visa promover atividades em vários estados do Brasil alertando sobre a necessidade da sociedade e governantes se mobilizarem pelo fim dessa realidade cruel que tem vitimado mulheres em todo país.

A mobilização nacional é puxada pela Campanha Levante Feminista Contra o Feminicídio, mobilização que nasce como uma resposta à necessidade de uma grande mobilização pelo enfrentamento dessa forma letal de violência contra as mulheres cis e trans, e que atinge todas as etnias, religiões, escolaridade, classes sociais, identidade de gênero, orientação sexual e racial. É uma violação de direitos humanos e de liberdades fundamentais. Por isso, este tipo de violência não pode ser ignorado ou disfarçado. Precisa ser denunciado e combatido por toda a sociedade.

PAREM DE NOS MATAR!

A tarde a União Brasileira de Mulheres e o Movimento Popular da Mulher   participaram de um ato em frente ao tribunal de justiça denunciando os casos de violência contra a mulher em nosso estado. Em nosso estado, no ano de 2020, 136 mulheres foram vítimas de feminicídio. No ano de 2021, até o mês de novembro, outras 113 tiveram suas vidas interrompidas. Note-se que não se trata de números: são vidas de mulheres que deixaram familiares, amigas e amigos de luto, uma enorme orfandade e um profundo sentimento de injustiça.

Foto: Gabriel Philadelfio

 O Anuário Brasileiro de Segurança Pública informa que o isolamento social causado pela pandemia de covid-19 aumentou os casos de violência contra a mulher e as mortes por feminicídio aumentaram. De acordo com o Instituto de Segurança Pública, em 2020 mais de 120 mil mulheres sofreram algum tipo de violência no Brasil.A violência física, psicológica e o assédio sexual são alguns exemplos desses maus tratos,a violência contra a mulher é uma questão social e de saúde pública e está presente em todo o mundo, é um problema social e de saúde pública que atinge todas as etnias, religiões, escolaridade, classes sociais, identidade de gênero, orientação sexual e racial,este tipo de violência não pode ser ignorado ou disfarçado,precisa ser denunciado e combatido por toda a sociedade.

No Brasil, temos um importante instrumento a favor de nossas mulheres e meninas, que é a Lei Maria da Penha, Lei 11.340, de 07 de agosto de 2006. Essa lei trouxe importantes instrumentos de proteção e definição dos crimes praticados no ambiente doméstico, familiar ou numa relação íntima de afeto. Hoje, com a Lei Maria Penha muitas delas, conseguem sair dos lares agressores e viverem de forma saudável e proverem-se de forma independente. Com a lei, passou a haver maior discussão sobre a violência contra a mulher no país, aumentaram “timidamente” as notificações e foram encorajadas denúncias, apesar de ainda se estimar que elas não passem de 10% a 20 % dos casos efetivos de violências de gênero. Ainda tem muito a ser feito, mas o caminho é esse, tornar as mulheres cada vez mais dependentes e emancipadas para romper de vez o ciclo da violência.

Foto: Gabriel Philadelfio

Dados do Instituto Universa sobre o Brasil

  • O país está no 5º lugar no ranking mundial do feminicídio.
  • Mulheres negras são as maiores vítimas de violência doméstica e de feminicídio.
  • Uma mulher é morta a cada sete horas.
  • Uma mulher trans é assassinada a cada três dias.
  • Em nove a cada dez casos, a mulher é vítima do marido ou companheiro.
  • Uma mulher sofre violência doméstica a cada dois minutos.
  • Uma menina de até 13 anos é estuprada a cada 15 minutos.
  • Quase metade das brasileiras já sofreu assédio sexual no trabalho.
  • Uma em cada quatro mulheres é vítima de violência obstétrica na hora do parto.
  • O país é lanterna no ranking de paridade política de gênero na América Latina

    Fonte:https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2020/10/10/dia-contra-a-violencia-a-mulher-10-dados-explicam-por-que-falar-sobre-isso.htm)

Origem da data

A Organização das Nações Unidas (ONU), desde 1999, reconhece o dia 25 de novembro como o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres. O 25 de novembro foi escolhido em homenagem às irmãs Pátria, María Teresa e Minerva Maribal, que foram violentamente torturadas e assassinadas nesta mesma data, em 1960, a mando do ditador da República Dominicana Rafael Trujillo.As irmãs dominicanas eram conhecidas por “Las Mariposas” e lutavam por melhores condições de vida na República Dominicana. A data tem o objetivo de alertar a sociedade sobre os casos de violência e maus tratos contra as mulheres.

Denúncias de violência contra a mulher podem ser feitas pelo número 180 durante sete dias por semana, 24 horas. Além dele, é possível denunciar pelo aplicativo Direitos Humanos Brasil e pela página da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Também é possível receber atendimento pelo Telegram. Basta acessar o aplicativo, digitar na busca “DireitosHumanosBrasil” e mandar mensagem para a equipe da Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180.