Halloween: Fantasiado responderá por crime de apologia ao feminicídio

Polícia procura pelo homem que se divertiu vestido do jogador do Flamengo e pode ser detido por meses ou pagar multa.

O homem achou que seria divertido se fantasiar do assassino brutal da amante, condenado a 22 anos de prisão.

O homem que festejou a noite de Halloween, o Dia das Bruxas, zombando do assassinato da modelo Eliza Samudio, fantasiado de “golerio Bruno”, seu assassino, será intimado a comparecer ao 21º Distrito Integrado de Polícia de Manaus. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas, o suspeito prestará esclarecimentos sobre o crime de apologia ao feminicídio.

As buscas pelo suspeito são baseadas no artigo 287 do Código Penal, segundo o qual é crime “fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime”, com pena de “detenção, de três a seis meses, ou multa”.

Segundo o delegado Rodrigo Barreto, titular da 4ª Seccional Oeste, que responde pelo caso, as imagens da casa noturna foram requisitadas e o homem será intimado para assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).

Na imagem que viralizou nas redes sociais, o homem veste uma camiseta do Flamengo com o nome do goleiro às costas e segura um saco de lixo com o nome de Eliza. A foto foi publicada no Instagram da casa de shows “Porão do Alemão”, em Manaus, e logo repercutiu. A empresa apagou a imagem e pediu desculpas pela publicação.

Mulher explorada

O assassinato envolvendo o jogador de futebol internacionalmente famoso, Bruno Fernandes, causou revolta pela violência com que o corpo da namorada foi descartado. A modelo desapareceu em 2010, após uma relação turbulenta em que engravidou do jogador e o acusou de agressões, cárcere privado e forçar o aborto com substâncias. A polícia e a justiça ignoraram todas as alegações da moça até sua morte, por ser conhecida pela prostituição e filmes pornográficos.

O filho bebê de Eliza chegou a ser abandonado numa favela pela esposa de Bruno, quando de seu desaparecimento. Um primo de Bruno confessou que ela teria sido esquartejada por traficantes, a mando do jogador, e dada a cachorros, com os ossos concretados. A história sinistra continuou conforme o pai de Eliza tentou ficar com a guarda da criança, na tentativa de obter recursos do jogador rico. Não conseguiu pois se descobriu que ele explorava a filha sexualmente.

Bruno foi condenado a 22 anos e três meses, pena reduzida para 20 anos.

Demissão ou distrato

Além disso, o estúdio de tatuagem “El Cartel Tatuaria”, onde o homem trabalhava, foi às redes sociais para anunciar que identificou o funcionário na foto e resolveu demiti-lo.

“O estúdio não compactua com qualquer forma de incitação à violência contra a mulher. Deixando bem claro que o colaborador foi demitido, não fazendo mais parte do quadro de funcionários”, escreveu o “El Cartel Tatuaria”. Mais tarde, o estúdio comandado pelo tatuador Giovane Araújo afirmou que o homem demitido era sócio e que a parceria foi desfeita após a publicação da imagem.

Com informações do UOL Esporte

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