600 mil mortos: Rede pública de ensino do DF perde mais um professor para a Covid-19

Omar da Silva Lima, 52 anos, sofreu uma parada cardiorrespiratória. Sinpro-DF se solidariza com amigos e familiares em nota, na qual alerta que quadro vacinal não está de acordo com o que orienta a OMS para afrouxamento das medidas sanitárias. Ainda assim o governador Ibaneis Rocha determinou o retorno às aulas 100% presenciais.

O novo coronavírus

No momento em que o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, anuncia o retorno às aulas presenciais, o Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) divulgou nota informando o falecimento de um professor da rede pública de ensino em razão da Covid-19.  

“O Sinpro comunica, com muita tristeza, pesar e apreensão, o falecimento do Professor Doutor Omar da Silva Lima, do CEFPAB do Gama, em decorrência da Covid-19. Omar nos deixou nesta terça-feira, no mesmo dia em que o governador Ibaneis Rocha pretende assinar o decreto determinando o retorno das aulas 100% presenciais”, lamentou o sindicato.

De acordo com a nota, o Professor Omar tinha 52 anos, e morreu de parada cardiorrespiratória, uma semana depois de perder a irmã também para a Covid. “A diretoria colegiada do Sinpro se solidariza com amigos e familiares, e lamenta muito a perda desse querido companheiro. Além da dor e da tristeza, estamos tomados pela apreensão e pela insegurança: A preocupação do Sinpro é com a proteção dos professores (as) (e, por consequência, a proteção dos e das estudantes) da rede pública distrital. Nesse sentido, é importante lembrar que, embora a vacinação contra a covid-19 tenha avançado após um longo (e desnecessário) período, o quadro vacinal apresentado pela própria Secretaria de Saúde do DF ainda não está de acordo com o que orienta a Organização Mundial de Saúde (OMS) para se pensar em afrouxamento das medidas de segurança sanitária”, salienta o Sinpro-DF.

O comunicado do sindicato menciona que os dados mais recentes mostram que apenas 58,73% da população do DF elegível à vacinação já tomou as duas doses da vacina. Mas os números são muito piores quando analisada a população de 12 a 19 anos, público em idade escolar que já pode ser vacinado. Até o dia 20 de outubro, no grupo de adolescentes de 18 e 19 anos, apenas 20,78% estavam completamente vacinados. Já o percentual referente às crianças e adolescentes de 12 a 17 anos era de apenas 1,14%. “E é essencial lembrar que as demais crianças, que ainda não têm a cobertura da vacina, mas são maioria na educação básica, contam apenas com o distanciamento e a utilização de máscara para defender a própria vida”, ressalta.

Dados de agosto indicam que a faixa etária de 0 a 19 anos representou 14% dos casos de Covid-19 no Distrito Federal. De acordo com reportagem do G1 citada pelo Sinpro-DF, dos 20.236 infectados em agosto, 2.925 são crianças e adolescentes – o número representa um aumento de 33,7% nos diagnósticos, a segunda maior alta neste ano, perdendo apenas para março, quando Brasília chegou ao pico de transmissão. Desse total, 14 casos vieram a óbito.

“E nunca é demais lembrar que, desde que as aulas voltaram semipresenciais em agosto, já perdemos três professores para a Covid (com Omar Lima, são quatro). Esse número só tende a aumentar. A diretoria colegiada do Sinpro entende que tentar fazer o retorno presencial de 100% dos nossos estudantes, é jogar por terra todo o esforço feito por todos até aqui para manter minimamente a nossa segurança. Professor Omar: Presente!”, conclui.

Fonte: SINPRO-DF