Sem empatia, Bolsonaro é responsabilizado pelo caos durante a pandemia

Antônio Carlos Costa, da ONG Rio da Paz, disse esperar que “nunca mais sejamos governados da mesma maneira por quem quer que seja”

Antonio da Costa, fundador da ONG Rio da Paz (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Num verdadeiro desabafo, o fundador da ONG Rio da Paz Antônio Carlos Costa considerou impressionante a falta de empatia de Bolsonaro durante a pandemia da Covid-19. Em depoimento na CPI da Covid, nesta segunda-feira (18), ele disse esperar que “nunca mais sejamos governados da mesma maneira por quem quer que seja”. Depois da fala dele, os senadores começaram a ouvir as vítimas da doença de cada região do país.

“Incompetência, descaso e irresponsabilidade fizeram com que o Brasil se tornasse o segundo país do mundo em números absolutos de mortos pela pandemia e o sétimo em números absolutos de mortos”, lamentou

Por outro lado, Antônio Costa elogiou a imprensa, movimento social, os que subiram o morro para levar cestas básicas, caixa de supermercados, atendentes de farmácias, médicos e enfermeiros que estavam na linha de frente no combate à pandemia.

“Agora, uma pergunta: o que esperar daquele que ocupa o mais alto posto da República num cenário assustador e angustiante como esse, no qual tantos doaram suas vidas para que o pior não acontecesse? O que vimos foi a antítese de tudo o que se esperava de um presidente da República”, criticou.

O representante da ONG diz que ninguém viu o presidente derramar lágrima de compaixão ou expressar profundo pesar pelo povo brasileiro. Disse que Bolsonaro não visitou favelas e nem hospitais para encorajar famílias ou dar ânimo aos profissionais de saúde.

“Para a nossa perplexidade e revolta, o vimos apoiar manifestações públicas antidemocráticas que fomentaram aglomeração, xingar jornalista, chamar o povo de maricas, fazer deboche com os que agonizavam pela falta de ar, andar de jet ski, jogar futebol, comer pastel em boteco, insuflar golpe militar, prescrever remédio sem eficácia comprovada, combater o uso de máscara, menosprezar o distanciamento social, trivializar o poder letal do vírus. Me perdoe mais uma vez o desabafo”, afirmou.

Autor