600 mil mortes: Brasil se destaca como o país com mais mortes em 2021

Mas, apesar de o número de vítimas do vírus ter despencado nos últimos meses, o Brasil ainda é o 3º país com a maior média diária de novas mortes, atrás apenas de Estados Unidos e Rússia.

Ação em memória das vítimas da Covid-19 na Praça dos Três Poderes. Foto: Pedro França/Agência Senado

O boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde na tarde de hoje (8) mostra que o Brasil registrou, em 24 horas, 615 novas mortes em decorrência de covid-19. Com isso, o país chegou a 600.425 mortes durante a pandemia.

O número é alcançado com a média móvel de mortes e contágios em queda. No entanto, mais da metade dos brasileiros continua sem uma imunização completa, além de variantes mais contagiosas surgindo.

Leia também:

600 mil: mortes teriam sido evitadas se governo tivesse se empenhado

600 mil: “Será um escândalo se Bolsonaro não for responsabilizado”

600 mil: Bolsonaro colocou em aposta as nossas vidas

600 mil: Fortalecer o SUS e a ciência reduziria número de mortes

600 mil: O prejuízo da covid para a educação ainda é imensurável

600 mil: Estamos diante de uma política genocida

600 mil mortos: Não podemos cair no conto de deixar de usar máscara

A reabertura das atividades econômicas e sociais com permissão para aglomerações e desobrigação de uso de máscaras também abrem um alerta para o risco de explosão de contágios e novas tragédias, como tem ocorrido em países com a vacinação avançada como Israel e Chile, por exemplo. A maior preocupação dos gestores sanitários é com o entusiasmo da população com a queda de mortes em momento de confraternizações de fim de ano. É sempre bom lembrar que, perto de 500 pessoas, por dia, morrem no país de covid, uma taxa considera alta para a maioria dos países do mundo.

Mapa da relação per capita de contágios no mundo

O país mantém a marca de ser o que mais registrou vítimas da pandemia em 2021 no mundo: já foram registradas 405 mil mortes por Covid-19 neste ano, mais do que Estados Unidos e Índia e quase o mesmo que todos os 27 países da União Europeia somados.

Mapa do impacto das mortes no mundo

A marca foi atingida num momento em que a pandemia está em desaceleração no país. Demorou o dobro do tempo para o país acumular mais cem mil mortes desde os 500 (19 de junho), comparado com os 400 mil (29 de abril). A média de mortes diárias está em 457, o menor número desde novembro do ano passado, e em queda. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de -13% e voltou a apontar estabilidade, após um dia em queda.

Semana deve fechar no sábado com curva abaixo da semana anterior, a se confirmar a média móvel de mortes.

O levantamento mostra que 18.172 novos casos da doença foram registrados no sistema de monitoramento do Ministério da Saúde. No total, o país registrou até o momento 21.550.730 casos de infecção pelo novo coronavírus. O informativo também traz os dados sobre óbitos em decorrência de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), que somam 3.127 casos e que estão sob investigação de órgãos competentes.

A média móvel nos últimos 7 dias foi de 15.177 novos diagnósticos por dia. Isso representa uma variação de -6% em relação aos casos registrados em duas semanas, o que indica estabilidade nos diagnósticos.

Semana de contágios também deve fechar, no sábado, abaixo da semana anterior.

O país tem 285.032 casos ativos de covid-19 em monitoramento. O número diz respeito a casos diagnosticados que estão sob supervisão médica ou em isolamento.

O número de recuperados também atingiu um nível inédito. São 20.665.273 casos, o que corresponde a 95,9% do total de infectados.

Estados

No topo do ranking de mortes por estado, estão São Paulo (150.630), Rio de Janeiro (67.029), Minas Gerais (54.944), Paraná (39.471) e Rio Grande do Sul (35.017).

Os estados que menos registraram mortes por covid-19 foram o Acre (1.839), o Amapá (1.986) e Roraima (2.005).

Quatro estados (AM, RO, CE, SE) apresentam alta de mortes. No Acre e no Amapá, não houve registro de morte no último dia. Em queda estão 13 estados (PR, SC, MA, RN, SP, MS, MT, AL, AP, BA, TO, PA, AC). Nove estados e o DF estão estabilizados.

Vacinação: 46,06%

A vacinação é considerada o fator mais relevante para a queda na média móvel de mortes atual. O Brasil já tem quase 70% da população vacinada com ao menos uma dose e 46%, totalmente imunizada.

Além disso: todos os estados e o DF estão com mais da metade da população parcialmente imunizada e três deles –Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e São Paulo– têm mais de 50% de sua população com o esquema vacinal completo.

No contexto mundial, país está em 59º no ranking proporcional (que leva em consideração o número de doses aplicadas em relação à população), com 113 doses aplicadas a cada 100 habitantes. Em termos relativos, estamos atrás de países como Cuba (190), Uruguai (181), Chile (170), El Salvador (119), Panamá (119), Equador (116) e Argentina (115).

São 98.258.535 de pessoas que tomaram a segunda dose ou a dose única de imunizantes, o equivalente a 46,06% da população, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa. 

Os que tomaram a primeira dose e estão parcialmente imunizados são 149.167.255 pessoas, o que corresponde a 69,93%% da população.

A dose de reforço foi aplicada em 2.208.662 pessoas (1,04% da população).

Somando a primeira dose, a segunda, a única e a de reforço, são 249.634.452 doses aplicadas desde o começo da vacinação.

De ontem para hoje, a primeira dose foi aplicada em 310.413 pessoas, a segunda dose em 1.042.174, a dose única em 4.353, e a dose de reforço em 254.078, um total de 1.611.018 doses aplicadas.

Os estados com maior porcentagem da população imunizada (com segunda dose ou dose única) são: São Paulo (60,59%), Mato Grosso do Sul (59,65%), Rio Grande do Sul (52,27%), Paraná (49,20%) e Espírito Santo (46,95%).

Já entre aqueles que mais tem sua população parcialmente imunizada estão São Paulo (79,60%), Rio Grande do Sul (72,92%), Santa Catarina (71,93%), Distrito Federal (71,76%) e MG (71,58%).

Autor