#LivreParaMenstruar: UNE e Ubes lutam para derrubar veto de Bolsonaro

Presidente sancionou o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, mas vetou seu ponto mais importante: a distribuição gratuita de absorventes femininos

Com o mote #LivreParaMenstruar, a UNE (União Nacional dos Estudantes) e a Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) anunciaram mobilização contra o veto do presidente Jair Bolsonaro à distribuição gratuita de absorventes femininos. A medida era parte do Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual (Lei 14.214). Bolsonaro sancionou o programa, mas vetou seu ponto mais importante.

De autoria da deputada federal Marília Arraes (PT-PE), o projeto previa que estudantes de baixa renda e pessoas em situação de rua recebessem absorventes gratuitamente do Poder Público. A proposta, aprovada em 14 de setembro no Senado, foi vetada nesta quinta-feira (7) por Bolsonaro.

“Os estudantes secundaristas conquistaram com muito suor o PL contra a pobreza menstrual. Vetar o artigo de distribuição de absorventes nas escolas é desumano”, afirmou, no Twitter, Rozana Barroso, presidenta da Ubes. “Absorvente gratuito também é medida contra a evasão escolar. Quantos jovens não vão à escola quando menstruam????? Chega de ver estudante com jornal e pedaço de pão na vagina!”, agregou a líder estudantil.

Chamando Bolsonaro de “nosso inimigo declarado” e “destruidor de sonhos”, Rozana afirmou que as mulheres mais afetadas com o problema são as negras e de periferia. “Vai ter luta, vai ter resistência. Vamos barrar esse veto absurdo e continuar avançando contra a pobreza menstrual!”

De acordo com Bruna Brelaz, presidenta da UNE, a luta para garantir absorventes gratuitos vai ter força também nas redes sociais. “Precisamos lutar pela derrubada do veto de Bolsonaro ao PL que garante a distribuição gratuita de absorventes nas escolas com muita pressão nas redes e nas casas legislativas! Participe do tuitaço contra a pobreza menstrual e use a tag #LivrePraMenstruar”, conclamou Bruna.

Um dos efeitos mais dramáticos da chamada “pobreza menstrual” é a grande evasão de estudantes no País. “Uma em cada quatro brasileiras já faltou aula por não poder comprar absorvente”, afirma a dirigente estudantil. Por isso, para elaa, o veto de Bolsonaro “é absurdo”.

“Mais de 4 milhões de meninas não têm acesso a itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas. O projeto vetado por Bolsonaro seria um grande avanço para elas e demais pessoas que menstruam que estão em situação de vulnerabilidade. Combater a pobreza menstrual é combater a evasão”, conclui a presidenta da UNE.

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