Afinal qual é o plano de Bolsonaro

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Para saber se um dirigente, público ou privado, é bom ou ruim, só avaliando sua gestão. Bolsonaro completa 1.000 dias de governo e que resultado se pode observar nesse período? Vamos avaliar de forma simplificada sem muitos números, quais os resultados nas principais áreas.

Economia – Os preços dos alimentos, dos combustíveis, do gás, da inflação, quase triplicaram.

Empregos e qualidade de vida – Grande aumento do desemprego, do subemprego, da insegurança alimentar, a volta do Brasil ao Mapa da Fome, queda violenta do poder aquisitivo.

Saúde – Já são quase 600 mil mortes por consequência da Covid-19 e prevalece a ideia de que a não implementação de medidas eficazes como testagem e isolamento, o negacionismo, o uso de medicamentos inadequados, negociatas no Ministério da Saúde que provocaram o atraso na compra de vacinas. É importante verificar que em países bem mais populosos que o Brasil, que tomaram providencias corretas, o número de mortes foi infinitamente menor.

Educação – Devido a drásticos cortes de verbas não houve aumento do número de universidades e outros estabelecimentos de ensino, mas sim redução de cursos, do número de vagas, sucateamento e risco de fechamento de unidades. A qualidade do ensino também piorou devido ao tratamento inadequado e a demora em controlar a pandemia.

Infraestrutura- A não implementação de obras, a não ser inaugurações de algumas iniciadas em governos anteriores, e que já tinham os recursos assegurados.

Meio ambiente – Aumento expressivo de desmatamento, queimadas, de garimpos e extração de madeiras em terras indígenas, e em reservas florestais.

Política externa – A piora no relacionamento com outros países, inclusive com aqueles que são nossos importantes parceiros.

Bolsonaro e seus seguidores sempre tentaram justificar que o Congresso Nacional e o STF, não o deixam governar. Mas já são vários meses que o Centrão, cooptado à custa de cargos e emendas orçamentárias, comanda o Congresso e o governo não deslancha.

Bolsonaro novamente justifica a inépcia do seu governo com o suposto entrave do STF, como responsável por todas as crises. Estranho, porque nenhum governo anteriormente fora prejudicado pelo STF, mesmo porque a Suprema Corte não tem poder decisório sobre as ações do governo, nem elabora leis, apenas as faz cumprir, já que é o guardião da Constituição.

 Se o governante age de forma correta não existe como o STF interferir, o que ocorre apenas quando o dirigente comete crime e algum órgão da justiça aciona o Tribunal.

Mas não são apenas esses os inimigos eleitos por Bolsonaro. A imprensa, jornalistas e principalmente TV Globo, chamada pelos bolsanaristas de “Globolixo”, os institutos de pesquisas, também são perigosos inimigos.

Na campanha eleitoral, quando a maioria da imprensa – com destaque para o Globo – baixava o sarrafo na esquerda, incentivava a Lava Jato e fermentava a prisão do líder da esquerda, Bolsonaro, animado pelas pesquisas que o favoreciam, jamais atacou nenhum desses órgãos.

A verdade é uma só. Todos os representantes da ultradireita são inimigos da democracia. Quem não se lembra das homenagens de Bolsonaro aos torturadores, das suas declarações de que a ditadura deveria matar no mínimo uns 30 mil, inclusive o ex-presidente FHC? Das declarações de seu filho de que para fechar o STF bastaria um cabo e um soldado?

Desde a campanha, Bolsonaro já tinha um plano que, na verdade nem era dele, porque jamais teve capacidade planejar nada. Haja vista aquele para explodir a estação de águas no RJ, motivo do encerramento da sua carreira no Exército.

O plano é o mesmo elaborado nos EUA, para implantar a ditadura militar em 1964, para o impeachment fraudulento de Dilma e agora para transformar Bolsonaro  em ditador e, junto com Paulo Guedes, promover o desmonte, a destruição das nossas indústrias, das empresas principalmente a Petrobras, privatizar tudo e transformar o Brasil em mero fornecedor de matéria prima, minério, grãos, madeira e mão de obra barata.

Bolsonaro, pela sua debilidade cognitiva, e Paulo Guedes pela sua concepção neoliberal, treinado na escola de Chicago, são marionetes perfeitas para implementar o antigo e sonhado   plano americano para o Brasil.

Os EUA jamais aceitaram nenhum pais concorrente na América Latina que julga ser seu quintal, ou que tenha um outro perfil ideológico que não o seu. Daí a interferência constante no Brasil, os golpes, para impedir a eleição ou permanência de governos independentes de cunho popular e nacionalista. Esses também são os principais motivos dos embargos a Cuba e Venezuela.

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