CPI da Covid convoca para depor Luciano Hang, defensor do tratamento precoce

O empresário bolsonarista teria pedido para esconder a verdadeira causa da morte de sua mãe, que usou cloroquina quando esteve internada no hospital da Prevent Senior em São Paulo

O empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan, vai depor na próxima quarta-feira (29) na CPI da Covid. Entre outras polêmicas, os senadores querem explicação dele sobre a possível adulteração do atestado de óbito da própria mãe. Defensor do tratamento precoce, ou seja, uso de medicamentos sem eficácia contra Covid-19, o empresário teria pedido para esconder a verdadeira causa da morte de Regina Modesti Hang, 82 anos, que usou cloroquina quando esteve internada no hospital da Prevent Senior em São Paulo.

Autor do requerimento, aprovado nesta quinta-feira (23), o relator Renan Calheiros (MDB-AL) classificou o episódio nesta quarta-feira (22), durante depoimento de Pedro Benedito Batista Júnior, como “macabro”. “Sacrificou a mãe! A que ponto chega o bolsonarismo”, disse o relator.

“Há uma farsa que será desmascarada aqui. Vamos provar que ele pediu: ‘Escondam que minha mãe foi tratada com cloroquina, para não desmerecer a eficácia’. Ele a levou para ser tratada no hospital com cloroquina, e a Prevent Senior ocultou isso”, completou.

“Ele, como um patriota que participou ativamente nas discussões de ‘tratamento precoce’, com certeza ficará muito feliz em vir aqui à CPI contribuir com a investigação”, disse o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), que marcou o depoimento para a próxima quarta-feira (29).

A CPI da Covid ouve o empresário Danilo Trento. Alguns senadores acreditam que ele tenha relações comerciais com o suposto dono da FIB Bank, Marcos Tolentino. Trento está protegido por um habeas corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)

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