Senado acionará autoridade policial contra ameaça do filho de Bolsonaro

Rodrigo Pacheco comunicou aos senadores que o Senado tomará providências contra as ameaças do filho do presidente. Isso evitou que ele fosse convocado para depor no colegiado, conforme requerimento do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE)

(Foto: Reprodução)

Em comunicado por meio de ofício à CPI da Covid, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), tratou como “ameaça velada” aos membros da comissão o conteúdo do vídeo de Jair Renan, o filho 04 de Bolsonaro, divulgado no Instagram. Nele, Renan visita uma loja de armas e diz que elas são de brinquedo. Ele escreve: “Alô, CPI.”

“Conversei com o presidente do Senado. Ele se solidarizou com os membros da CPI e disse ser inaceitável esse tipo de comportamento, uma ameaça velada que ele iria tomar proveidências”, comunicou o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), cobrado pelos demais senadores sobre providências.

A iniciativa de Rodrigo Pacheco evitou que o filho do presidente fosse convocado para depor no colegiado, conforme requerimento do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

“O encaminhamento que faço é que o delegado de polícia ou a delegacia de polícia que estiver à disposição desta CPI ouça Jair Renan pelo crime de ameaça. Não precisa mandar à PGR, é uma simples queixa-crime por ameaça, que deve ser feita na delegacia mais próxima, para que o rapaz aí responda. Ele, embora seja filho do presidente da República, não tem foro privilegiado, ele não tem nenhum tipo de foro privilegiado. Então, a primeira delegacia de polícia tem que constar”, propôs o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Ele lembrou ainda que Jair Renan também aparece em mensagens com o lobista Marconny Faria.

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) também cobrou providências do presidente da CPI. Ele pediu ainda que o processo criminal seja remetido à Justiça para providências.

“A conduta de Jair Renan é inaceitável, porque em uma República todos devem estar submetidos à Lei, mesmo que sejam filhos do presidente. Esses devem dar exemplo e não partir para a ameaça como ele fez à CPI, ou seja, tentando obstruir os trabalhos da CPI com ameaça e aos seus membros”, justificou o senador.

Antes do depoimento do ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, os integrantes da CPI ainda repudiaram os gestos obscenos do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em resposta a manifestantes contra Bolsonaro em Nova York.

Autor