Manifestações deste domingo reunirão amplas forças contra Bolsonaro

Parlamentares e lideranças de vários partidos, sindicalistas, líderes estudantis e artistas estarão presentes às manifestações.

Representantes de um amplo espectro de forças políticas anunciaram presença nas manifestações que deverão ocorrer em cerca de 15 capitais brasileiras. Os atos, cuja palavra de ordem é Fora Bolsonaro, foram convocados pelo Movimento Brasil Livre (MBL), mas ganharam adesão de diversas entidades do movimento social, entre elas centrais sindicais e entidades estudantis e de partidos políticos.

Cinco das maiores centrais sindicais brasileiras reforçaram a convocação. Em nota, as centrais afirmam que a participação de Bolsonaro nos atos da terça-feira (7) foi deplorável. “É inquestionável que o objetivo do Presidente e de seus apoiadores é dividir a Nação, empurrar o país para a insegurança, o caos e a anarquia, resultado da reiterada incitação ao rompimento da legalidade institucional, do descumprimento dos preceitos contidos na nossa Constituição democrática”, diz o texto.

“Seu único interesse é permanecer aferrado ao poder mesmo que isso signifique romper a legalidade democrática, visto que é cada vez mais evidente seu isolamento político e a perda de apoio popular, em suma, seu projeto de reeleição escorre entre os dedos”, completa o texto, assinado por Miguel Torres (Força), Adilson Araújo (CTB), Ricardo Patah (UGT), Antonio Neto (CSB) e José Reginaldo Inácio (Nova Central).

O presidente da CTB, Adilson Araújo, afirmou que a central está convocando os trabalhadores a defenderem os seus direitos e a democracia. “Devemos acompanhar, não somente esta manifestação, como as muitas que virão. O que nos move é ganhar as ruas contra a alta da inflação, o crescimento do desemprego e da miséria, o custo de vida”, disse ele.

Para o dirigente da CTB, o movimento em defesa da democracia e dos direitos exige mais amplitude a cada dia. “Precisamos de algo muito maior para imprimir uma derrota ao desgoverno Bolsonaro. Depois do dia 12, teremos também o dia 18, uma iniciativa do Fórum Direitos Já”, adianta o sindicalista. “Penso que tudo isso reforça o sentimento que, com Bolsonaro, não dá mais”, completa Adilson.

Para Miguel Torres, presidente da Força Sindical, o dia 12 é muito importante para unificar as forças pelo impeachment do presidente da República, mesmo com muitas diferenças com o MBL. “A questão eleitoral é outro degrau que nós vamos ter que enfrentar e com certeza nós não estaremos com eles. Nesse momento é importantíssimo a sociedade se unificar e tirar esse mal maior que é o atual presidente”, afirmou o sindicalista.

Para Miguel, “se nós queremos que o país volte a crescer e se desenvolver, nós temos que passar por cima de algumas divergências para unificar todos em uma causa que é comum. E hoje o que é comum é a urgência de derrotar o Bolsonaro. A ideia das centrais é termos uma frente ampla para que, ano que vem, possamos ter um candidato que possa retomar o desenvolvimento do país. Não será uma tarefa fácil, sabemos disso”, concluiu.

Bruna Brelaz, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), afirmou que o ato de domingo “pode ser o momento de conseguir ampliar o diálogo para que outros setores façam parte das mobilizações pelo Fora Bolsonaro”. “A UNE, nas resoluções de seu último congresso, aprovou a campanha pelo Fora Bolsonaro. Então toda e qualquer manifestação que tenha esse objetivo precisamos dar força”, completou Bruna.

Lucca Gidra, diretor da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES-SP), afirmou que “é fundamental que todos participem dos atos contra o governo Bolsonaro, não apenas os estudantes, mas toda a sociedade. A gente não pode ter medo da amplitude. Só é possível fazer um real combate contra o fascismo, contra esse governo obscurantista, ampliando nossas forças nas ruas”.

Lideranças partidárias

PSB, PDT, PCdoB, Cidadania, Rede, Solidariedade, PV, Novo, parlamentares e representantes do PSDB, MDB, DEM, do Novo, do Avante, do Psol, do Patriota, do PL e PSL já confirmaram presença na manifestação de São Paulo, que ocorrerá na Avenida Paulista. Estarão no palanque: o ex-governador Ciro Gomes (PDT), a senadora Simone Tebet (MDB), o senador Alessandro Vieira (Cidadania), o deputado Orlando Silva (PCdoB), a deputada Isa Penna (Psol), o deputado Marcelo Ramos (PL), vice-presidente da Câmara, o ex-ministro Henrique Mandetta (DEM), o deputado Kim Kataguiri (DEM), João Amoedo, presidente do Novo, Alessandro Molon (PSB), Tábata Amaral (PDT), André Janones (Avante), Artur do Val (Patriota) e outras lideranças políticas.

Ciro Gomes afirmou que vai ao ato. “Irei à manifestação do dia 12 na Avenida Paulista e sempre tentarei ir a outras manifestações que forem convocadas contra Bolsonaro. Seja qual for o sacrifício e risco que isso represente, há algo maior que tudo: o futuro do Brasil e da nossa democracia”, disse o ex-governador.

O deputado Orlando Silva (PCdoB) defendeu a ampliação da luta contra Bolsonaro. “Não podemos cair na armadilha de 2022. A lógica não pode ser se os atos vão fortalecer ou enfraquecer determinado candidato. O nosso problema é enfrentar Bolsonaro hoje. Se eu for subordinar a disputa que fazemos hoje em defesa da democracia, contra o Bolsonaro, à disputa eleitoral, eu vou diminuir a dimensão do debate. Então, a minha expectativa é que as lideranças de esquerda possam participar da manifestação que tem como núcleo a defesa da democracia”, argumentou.

O Presidente Nacional do Cidadania, Roberto Freire, postou um vídeo em que o deputado federal Alex Manente convoca as pessoas para os atos, inclusive dando as localizações das manifestações em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. “O líder do Cidadania, deputado Alex Manente convocando para a manifestação do próximo domingo 12 de setembro na Avenida Paulista. A unidade das oposições nas redes e nas ruas. Impeachment já!”, disse Freire.

O cantor Tico Santa Cruz também afirmou que irá para as ruas contra o presidente da República, mesmo não concordando com algumas pautas do MBL: “Estarei nas manifestações do dia 12 de setembro, organizadas pelo MBL pelo ‘VemPraRua’ – não significa que apoio às pautas ideológicas que dentro do campo democrático devem ser debatidas. Significa que sou capaz de deixar as diferenças de lado para pedir Fora Bolsonaro”, disse o músico.

Com informações do HP

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