Senadores da CPI acusam uso de dinheiro público em ato antidemocrático

O prefeito de Cerro Grande do Sul (RS), Gilmar João Alba, foi flagrado pela Polícia Federal (PF) no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, tentando trazer R$ 505 mil na bagagem de mão para Brasília

Motoboy Ivanildo Gonçalves da Silva chega ao Senado (Foto: Pedro França/Agência Senado)

O senador Humberto Costa (PT-PE), membro titular da CPI da Covid, alertou na sessão desta quarta-feira (1º) para os fortes indícios do uso de dinheiro público na manifestação antidemocrática convocada por bolsonarista no dia 7 de setembro.

Ele fez referência ao prefeito de Cerro Grande do Sul (RS), Gilmar João Alba, que foi flagrado pela Polícia Federal (PF) no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, tentando trazer R$ 505 mil na bagagem de mão para Brasília. O prefeito é conhecido como Gringo e foi eleito pelo PSL.

“Senador Humberto há indícios de que isso esteja acontecendo em vários locais para alugar ônibus. Então, é necessário que todos nós fiquemos atento a isso. Querer invadir o STF (Supremo Tribunal Federal) e o Congresso tem que ser repudiado”, disse o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM).

De acordo com o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), há indícios fortes de vinculação direta e pessoal do prefeito com um dos coordenadores do movimento de 7 de Setembro. “É preciso desestimular que essas práticas ocorram em detrimento do país”, disse.

A CPI ouve o depoimento do motoboy Ivanildo Gonçalves da Silva, da VTCLog. Ele sacou R$ 4,7 milhões na boca do caixa para a empresa. Nesta terça-feira (31), os senadores chegaram a apresentar imagens dele realizando em 2020 pagamentos de ao menos quatro boletos em benefício de Roberto Ferreira Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde.

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