Nova taxa da conta de luz sobe quase 50% sobre R$ 9,49 pagos hoje

Conta de luz vai subir quase 7% com nova taxa de ‘escassez hídrica’. Desconto a quem poupar energia será pago pelos próprios consumidores

(Foto: Reprodução)

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta terça-feira (31) um novo patamar de bandeira tarifária para as contas de luz de todo o país. A “bandeira tarifária escassez hídrica” deve entrar em vigor nesta quarta-feira (1º) e adicionar R$ 14,20 às faturas para cada 100 kW/h consumidos. A Aneel defendia que o valor fosse ainda maior, de R$ 19, e cobrado de setembro a dezembro.

“Assim, tendo em vista o déficit de arrecadação já existente, superior a R$ 5 bilhões, e os altos custos verificados, destacadamente de geração termelétrica, foi aprovada determinação para que a ANEEL implemente o patamar específico da Bandeira Tarifária, intitulado “Escassez Hídrica”, no valor de R$ 14,20 / kWh, com vigência de 1º de setembro de 2021 a 30 de abril de 2022”, informou o governo em nota.

De acordo com o texto divulgado pela agência, a previsão é que a nova bandeira permaneça em vigor até 30 de abril de 2022. Até agora, a cor da bandeira era definida mês a mês.

A nova bandeira representa uma alta de 49,63% em relação à bandeira vermelha patamar 2, que era a mais alta do sistema e estava em vigor nos últimos meses. Veja como fica o sistema de bandeiras:

Ainda segundo o governo e a Aneel, a bandeira “escassez hídrica” provocará aumento de 6,78% na tarifa média da conta de luz dos consumidores regulados (atendidos pelas distribuidoras). Os cidadãos que aderem à tarifa social não serão afetados pela nova bandeira.

Nesta terça, o governo também anunciou que dará desconto de R$ 0,50 por kWh economizado nas faturas dos próximos meses para os consumidores que pouparem entre 10% e 20%.

Confira como as tarifas aumentaram este ano:

  • de janeiro a abril – bandeira amarela, ao custo de R$ 1,343 para cada 100 kWh;
  • em maio – bandeira vermelha patamar 1, ao custo de R$ 4,169 para cada 100 kWh;
  • junho – bandeira vermelha patamar 2 (acionada por causa da piora das condições hídricas), com custo de R$ 6,243 para cada 100 kWh;
  • julho e agosto – mantida a bandeira vermelha patamar 2, mas no valor reajustado de R$ 9,49.

Déficit na conta do governo

A conta bandeira, ou seja, o valor arrecadado pelas bandeiras para cobrir o aumento do custo de produção já tem um déficit de R$ 5 bilhões até julho de 2022. A preocupação é com o fornecimento nos meses de outubro e novembro, meses que devem sofrer com apagões pontuais.

Segundo o diretor-geral da Aneel, André Pepitone, o rombo vai aumentar em R$ 8,6 bilhões devido à piora da crise hídrica – que vai obrigar o país a importar mais energia da Argentina e do Uruguai e colocar em funcionamento mais térmicas, além de garantir o fornecimento de insumos para essas indústrias.

Com isso, a conta bandeira terá um déficit de R$ 13,6 bilhões, que, segundo Pepitone, será pago integralmente com o arrecadado pela nova bandeira entre setembro e abril.

Sistema de bandeiras tarifárias

O sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015 para sinalizar o custo de geração de energia e repassar o valor imediatamente ao consumidor.

A bandeira fica na cor verde quando o nível dos reservatórios está alto e não há necessidade de acionamento extra de usinas térmicas. Nesse caso, não há cobrança adicional na conta de luz.

Com os reservatórios baixos, a perspectiva é de alta no custo da energia já que exige o acionamento de mais térmicas. Assim, a bandeira pode passar para as cores amarela e vermelha (patamar 1 ou 2), em que há o custo extra.

Com informações do G1

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