Lobista diz na CPI que trabalhou de graça no Ministério da Saúde

No depoimento desta quinta-feira (26), Ricardo Santana disse não lembrar do salário que recebia na Anvisa. Mas a comissão sabe que ele ganhava R$ 35 mil mensais

José Ricardo Santana cumprimenta o relator Renan Calheiros (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

Ex-secretário-executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) José Ricardo Santana deixou o cargo, no dia 23 de março do ano passado, para trabalhar de graça no Ministério da Saúde. Ele foi levado pelo ex-diretor de logística da pasta, Roberto Dias, exonerado do cargo após denúncia de ter pedido US$ 1 por doce da vacina da Astrazeneca.

No depoimento desta quinta-feira (26), Ricardo Santana disse não lembrar do salário que recebia na Anvisa. Mas a comissão sabe que ele ganhava R$ 35 mil mensais.

No dia 25 de fevereiro, Ricardo Santana participou de jantar num restaurante, em Brasília, onde Dias teria pedido a propina do cabo da Polícia Militar de Minas Gerais Luiz Paulo Dominghetti, que representava a empresa Davati Medical Supply. Na ocasião, o policial oferecia ao governo 400 milhões de doses da vacina.

Para o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), a saída dele do cargo tinha como objetivo fraudar licitações para a compra de vacina e testes rápidos para detectar Covid-19. “José Ricardo Santana é suspeito de ter participado de ações para fraudar licitações de compra de testes rápidos pelo Ministério da Saúde”, afirmou o relator.

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