PCdoB condena politização da pandemia e expressa solidariedade à China

A Secretaria de Relações Internacionais do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) divulgou, nesta quarta-feira (25), uma nota onde declara sua solidariedade à República Popular da China, diante da tentativa dos Estados Unidos de instrumentalizar a pandemia de covid-19 em função dos seus interesses geopolíticos.

Apoiador de Donald Trump, em julho de 2020, em campanha contra o uso de máscaras / Foto JEFF DEAN-AFP via Getty Images

Para o PCdoB, “não se pode culpar o país asiático pelo fato de o governo dos EUA, na época presidido por Donald Trump, ter combatido a orientação da OMS, minimizado a gravidade da situação e até mesmo sabotado as medidas sanitárias pertinentes, exemplo maléfico que foi seguido por outros governos de extrema-direita, como foi o caso do Brasil de Bolsonaro“. Leia, abaixo, a íntegra da nota.

PCdoB condena a politização da pandemia e expressa solidariedade à China

No dia 26 de maio, o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou que a “comunidade de inteligência” (CIA, FBI, etc.) teria 90 dias de prazo para apresentar provas sobre a origem do coronavírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19. Nesta quarta-feira (25/08), o jornal Washington Post revelou que, segundo fontes do governo, o relatório, ainda a ser divulgado, não chega a uma conclusão definitiva sobre as origens do vírus, mas aponta duas hipóteses: vazamento de um centro de pesquisa de Wuhan ou transmissão aos humanos por animais. Segundo a reportagem do Washington Post, suas fontes especulam facciosamente que “parte do problema é a falta de informações detalhadas sobre o início da pandemia na China”.

Diante disso é necessário relembrar três fatos:

– A investigação, cujos resultados estão prestes a serem anunciados, foi feita à revelia de esforços mundiais conjugados dos cientistas e pesquisadores e conduzida por órgãos de segurança de um país que declara abertamente que a China é um rival a ser vencido, sendo claramente unilateral, parcial, portanto, carecendo de credibilidade.

– A OMS divulgou um relatório sobre as origens do Sars-CoV-2, em março de 2021. A missão da OMS, composta de cientistas de diversas nacionalidades e que esteve em Wuhan no curso de suas investigações, concluiu que “o vírus que causa a covid-19 provavelmente surgiu em morcegos e se espalhou para humanos por meio de um animal intermediário ainda não identificado” sendo “extremamente improvável” a hipótese de fuga viral de um laboratório. No entanto, a missão indicou a necessidade de pesquisas complementares “para um quadro mais completo das origens do coronavírus”.

– A China, desde o início da pandemia, colaborou ativamente com todos os organismos internacionais, notadamente a Organização Mundial de Saúde (OMS), compartilhando de forma transparente as informações relevantes, ressaltando a necessidade de cooperação e coordenação entre as nações. Defendeu e defende insistentemente que a cooperação de todos os países supere eventuais diferenças e que as investigações sobre a origem do Sars-CoV-2 sejam conduzidas de forma multilateral e orientadas por critérios exclusivamente científicos.

Apesar de existirem suspeitas de que a pandemia possa ter sua origem em pesquisas militares nos EUA, a China, cautelosamente, não faz disso um ponto de disputa, preferindo apoiar a cooperação multilateral. O cientista australiano Dominic Dwyer, integrante da missão da OMS que esteve em Wuhan, respondendo aos ataques do governo estadunidense em relação às conclusões do relatório, declarou:

Em vez de culpar os governos, precisamos promover a cooperação e a confiança entre os investigadores, entre os países e dentro deles. Isso não só nos ajuda durante esta pandemia; é a chave para gerenciar futuras pandemias. Quanto mais cooperativos formos, maior será a probabilidade de obtermos os melhores resultados. Temos que garantir que a política não estrague isso.”

O PCdoB, perante a tragédia humanitária causada pela pandemia, considera a politização em torno do tema uma atitude condenável e expressa sua solidariedade à República Popular da China, pelos vis ataques de que é vítima, elogiando seu combate à pandemia e sua postulação de que as vacinas contra a Covid-19 sejam consideradas bens públicos. Considera que não se pode culpar o país asiático pelo fato de o governo dos EUA, na época presidido por Donald Trump, ter combatido a orientação da OMS, minimizado a gravidade da situação e até mesmo sabotado as medidas sanitárias pertinentes, exemplo maléfico que foi seguido por outros governos de extrema-direita, como foi o caso do Brasil de Bolsonaro.

Secretaria de Relações Internacionais do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)

25/08/2021