Covid: Muitas pessoas precisarão da 3º dose da vacina, diz Ministério

Gestora diz que variante delta e relaxamento da população reduzem eficácia da vacina

Vacinação contra a Covid-19 para pessoas de 24 anos em São Paulo

Uma parte da população brasileira terá de receber uma terceira dose da vacina contra o novo coronavírus, declarou nesta segunda-feira (16) a secretária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, Rosana Leite Melo. Uma das razões, segundo a gestora, é o avanço da variante delta, que se espalha pelo mundo, levando a um aumento de casos mesmo em locais com muitas pessoas vacinadas.

Rosana citou a decisão tomada nos Estados Unidos, que recomendaram, na semana passada, uma dose adicional para pessoas com sistema imunológico comprometido. É o caso de transplantados, alguns pacientes com câncer e pessoas com o vírus HIV. De acordo com a secretária, os grupos não deverão ser diferentes no Brasil.

Alguns pontos ainda precisam ser definidos, como quais imunizantes poderão ter uma terceira dose e se será adotada a intercambialidade – ou seja, a aplicação de uma vacina de fabricante diferente daquela que a pessoa tomou antes. O avanço da variante delta e o relaxamento das medidas sanitárias têm provocado uma redução na eficácia das vacinas.

“Em determinadas faixas etárias, está diminuindo essa proteção. Temos alguns estudos preliminares”, diz Rosana. “São discussões internas, nem podemos publicizar tanto, em respeito aos pesquisadores. Porém, já estamos tomando as decisões em nível de gestão, o que fazer, o que planejar, quantificar esses grupos que porventura precisam (da terceira dose)”.

Segundo a gestora, estudos feitos em Israel, nos Estados Unidos e Reino Unido mostram que aumentou a taxa de hospitalização, algo que ainda não se observou no Brasil, exceto de forma pontual. Ela disse que a variante delta apareceu de forma mais tímida, porém o cenário está mudando. Também criticou o relaxamento de parte da população e de gestores de saúde.

“Houve infelizmente um relaxamento – e não só por parte da população. Entendemos a nossa cultura latina, mas houve um relaxamento mesmo das pessoas mais entendidas em relação a isso”, afirma. Ela também reconheceu falhas na comunicação do governo Jair Bolsonaro.

Com informações da Agência O Globo