Virada da Consciência promove luta antirracista

Evento acontecerá entre os dias 18 e 22 de novembro no Centro de Convenções do Anhembi, com atividades presenciais e online

Crédito: Beto Assem Ilú Obá de Min é o destaque da Virada da Consciência

Criada em 2018 para promover reflexões sobre racismo, a Virada da Consciência deste ano ocorre de 18 a 22 de novembro. O evento é organizado pela Universidade Zumbi dos Palmares e pela organização não governamental (ONG) Afrobras e conta com o apoio da prefeitura de São Paulo. A programação inclui o Festival Afro Minuto, o Troféu Raça Negra, a Jornada da Diversidade, a BlackTekFest e a FlinkSampa.

“Como dizia o Nelson Mandela [ex-presidente da África do Sul], se as pessoas aprenderam a odiar ou a discriminar, então elas também podem ser ensinadas a amar”, diz o reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, José Vicente, sobre a proposta da virada. Ele destaca que a Semana da Consciência Negra é um momento para refletir, mas também promover dimensões de pertencimento, identidade e trajetória do negro.

O Troféu Raça Negra de 2021 homenageia o coreógrafo e bailarino Ismael Ivo, ex-diretor do Balé da Cidade, que morreu este ano. A cerimônia ocorre na Sala São Paulo, em 21 de novembro. A ideia é destacar personalidades, negras ou não, que contribuem na luta antirracista e a favor da inclusão.

“Uma das ações antirracistas importantes é você construir heróis, e a proposta do troféu, na sua 19ª edição, é continuar fazendo isso, ou seja, nós precisamos identificar, destacar, celebrar os heróis e, ao mesmo tempo, prestigiar e agradecer àqueles que estão fazendo a luta todos os dias”, afirmou Vicente.

Em 2020, receberam a honraria, entre outros, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), a empresária Luiza Helena Trajano, a deputada federal Benedita da Silva, e o rapper e compositor Emicida. Já foram homenageados nomes como Cartola, Milton Nascimento, Mano Brown, Zezé Motta, Elza Soares, Martinho da Vila, Emílio Santiago, Martin Luther King Jr, Jair Rodrigues e Wilson Simonal.

A Festa do Conhecimento, Literatura e Cultura Negra (FlinkSampa) é outro evento que faz parte da virada. A ideia é valorizar a literatura, especialmente escritores negros que tratam das questões raciais, e aos jovens talentos, por meio de lançamentos e venda de livros. Atividades culturais, palestras e debates também fazem parte da programação.

Como parte da FlinkSampa, será realizada a cerimônia de premiação, no Centro de Convenções do Anhembi, dos vencedores do Festival Afro Minuto, que este ano homenageia o escritor Lima Barreto. Cerca de 5 mil escolas devem participar do concurso. Cada uma delas poderá inscrever um vídeo em cada categoria: ensino fundamental anos iniciais, ensino fundamental anos finais, ensino médio e ensino de jovens e adultos.

A terceira edição da BlackTekFest – Feira de Experiências Tecnológicas, Inovação, Afroempreendedorismo, Negócios e Empoderamento Feminino – terá como tema central a exclusão digital. Serão debatidos temas como tecnologia e segurança, cidades inteligentes, tecnologia inclusiva, internet das coisas, tecnologia e mercado de trabalho, licenças e patentes, block chain e bitcoin.

A 9ª Jornada da Diversidade, por sua vez, vai reunir as lideranças empresariais e das áreas de recursos humanos das organizações para analisar e debater o cenário econômico e a inclusão do negro no mercado de trabalho. “É lá [no ambiente empresarial] que estão as chaves de acesso para a realização pessoal e profissional e é de lá também que, em grande medida, vem o racismo estrutural”, afirma o reitor.

José Vicente destaca o evento como uma imersão em diversas dimensões para pensar sobre a discriminação e o racismo. “A proposta é que o participante faça esse mergulho e quando ele sair, depois de quatro dias de eventos com aspectos culturais, literários, cinematográficos e ações de toda natureza, que ele possa sair não só mais bem informado, mas também melhor do que entrou.”

Destaques da programação

O destaque da programação é o Bloco Afro Ilú Oba de Min, que vai tomar conta do Sesc Santana com sua intervenção cultural baseada na preservação do patrimônio imaterial, no dia 20 de novembro, às 18h.

Também cantam na Virada da Consciência Rashid, no Sesc Guarulhos, às 18h, do dia 20; e a cantora Josyara, no Sesc Itaquera, no dia 17, às 15h30. O show do rapper custa R$ 30 e da compositora tem entrada gratuita.

No dia 22, às 10h, o “Curta com Bate-Papo: Wilson Simonal” exibe o trailer do filme “Simonal”, dirigido por Leonardo Domingues e convida o público para uma roda de conversa sobre a vida do artista, trazendo também como referência o livro “A Vida e o Veneno de Wilson Simonal”, de Ricardo Alexandre. Isso tudo na Fábrica de Cultura Sapopemba.

A Virada da Consciência também conta com um festival gastronômico todinho pra chamar de seu! O Festival Mesa Afro Brasil é o primeiro festival de gastronomia voltado para conscientizar e engajar a sociedade em prol da igualdade étnico racial.

Diversos estabelecimentos vão oferecer cardápios exclusivos para o público a fim de arrecadar fundos para bolsas de formação acadêmica para negros e população de baixa renda na Faculdade Zumbi dos Palmares, entre os dias 1º e 30 de novembro. 

Com informações da Agência Brasil

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