Jornalista denuncia agressão em manifestação pelo voto impresso

“Olha lá, celular vermelho, é petista”, gritou um homem antes de atacar o jornalista.

Agressão a jornalista em Sorocaba (SP) por bolsonaristas

O diretor de Jornalismo da Agência de Notícias SNEWS Sorocaba, Reinaldo Galhardo, relata em vídeo como aconteceu a agressão de um grupo de bolsonaristas, enquanto cobria no dia 1º de agosto, no estacionamento do Paço Municipal da cidade paulista, a manifestação pelo voto impresso e em defesa de Jair Bolsonaro.

Galhardo foi “acusado” de ser petista por usar um celular vermelho para gravar vídeos. O aparelho foi quebrado e lançado ao chão, após um militante atacá-lo por trás. Um segundo o empurrou, um outro o chutou pela frente enquanto o chamava para a briga. “Olha lá, celular vermelho, é petista”, gritou um homem antes de atacar o jornalista.

O barulho que se ouve na gravação é resultado da avaria da câmera fotográfica, provocada pelo tumulto, e que o profissional também utilizava para a cobertura jornalística.

O repórter fez gestos com os dedos negando essa condição, mas foi atacado. “Um deles me atingiu com um golpe nas costas, outro deu um tapa e derrubou meu celular. Eu estava trabalhando e nem quiseram saber. Um dos organizadores me tirou para fora do grupo e tentou evitar que eu sofresse novas agressões”, contou. Ele ainda foi ofendido com palavras de baixo calão pelos manifestantes.

Galhardo procurou o batalhão da Polícia Militar para denunciar a “omissão” dos policiais que faziam a escolta do evento. “Eles estavam perto, presenciaram a agressão e nada fizeram. Depois se negaram a registrar a agressão”, disse. A PM informou que vai apurar o caso através de um processo disciplinar interno. 

O jornalista recebeu solidariedade parlamentar para garantir sua integridade física. O presidente da Subsecção de Sorocaba da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Márcio Leme, também manifestou solidariedade ao jornalista em sua página no Facebook. “O fanatismo, pra lá e pra cá, é irracional. É preciso, com urgência, combater grupelhos que pregam contra instituições democráticas”, posto

Ele descreve este como um ato de violência praticado, efetivamente, por militantes do presidente da República que, até então, vinha promovendo ataques verbais contra profissionais de comunicação em suas entrevistas coletivas.

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