CPI vai ingressar no STF contra abertura de inquérito da Polícia Federal

Na presidência da reunião, Randolfe Rodrigues acolheu sugestão do senador Fabiano Contarato, que sugeriu que seja impetrado um habeas corpus para barrar a investigação da PF

(Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado)

A CPI da Covid vai ingressar com habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para trancar inquérito instaurado nesta quarta-feira (4) pela Polícia Federal (PF) para apurar o “vazamento de depoimentos” enviados à CPI. Assim que tomaram conhecimento da medida durante a reunião, senadores reagiram. Fabiano Contarato (Rede-ES), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Renan Calheiros (MDB-AL) e Humberto Costa (PT-PE) classificaram a medida como uma tentativa de “intimidação” e acusaram o governo de uso político da PF. 

O presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM), disse que a CPI tomará outras medidas cabíveis. “Os vazamentos antes de a gente ter esses vídeos já estavam há muito tempo saindo em meios de comunicação, já era de conhecimento da imprensa, e até então não houve nenhuma iniciativa da Polícia Federal de tentar investigar quem estava vazando de dentro da Polícia Federal. Então, o presidente desta Casa será comunicado pela CPI do que está ocorrendo, nós não vamos permitir”, disse, lembrando também que a CPI tem a prerrogativa de decidir o que deve ou não ter caráter sigiloso.

Na presidência da reunião, Randolfe acolheu sugestão do senador Fabiano Contarato (Rede-ES), que sugeriu que seja impetrado um habeas corpus para barrar a investigação da PF.

“Constitui crime impedir ou tentar impedir, mediante violência, ameaça ou assuadas, o regular funcionamento de Comissão Parlamentar de Inquérito, ou o livre exercício das atribuições. Determino à Secretaria desta Comissão Parlamentar de Inquérito que comunique à Advocacia do Senado, para, de imediato, ingressar com habeas corpus no Supremo Tribunal Federal, a fim de trancar o inquérito ilegal e ilegítimo instaurado no dia de hoje pela Polícia Federal”, disse Randolfe, mencionando a Lei 1.579, de 1952.

Relator da CPI, Renan Calheiros afirmou que atual gestão da PF tem promovido uma série de tentativas de intimidação dos trabalhos do comissão parlamentar de inquérito e contra seus membros. Renan lembrou que promoveram um “indiciamento ilegal do relator”. 

“Conheco a competência da Policia Federal. Todos que tentaram aparelhar a PF deram com os burros n’água. Não adestrarão a instituição”, afirmou Renan.

O senador Humberto Costa (PT-PE) lamentou o procedimento da PF. Randolfe Rodrigues concordou e disse que o governo Bolsonaro tenta fazer da PF uma polícia política. 

Fonte: Agência Senado