Por que Bolsonaro é contra a urna eletrônica?

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A urna eletrônica foi adotada no Brasil há 25 anos, mas desde 1930 esse sistema de votação eletrônica já era uma ideia discutida pelo TSE para buscar formas mais seguras que pudessem evitar as constantes fraudes.

Em 1956 um protótipo foi desenvolvido por Sócrates Pungel, porém inviabilizado pelas limitações tecnológicas da época. Somente em 1996 o TSE consegue colocar em prática a urna eletrônica, porém para um número ainda reduzido de cidades.

No ano de 2000 o Brasil foi o primeiro país a garantir 100% da votação através da urna eletrônica, segura, auditável, livre de qualquer fraude. Hoje o protótipo brasileiro serve de modelo para muitos países e 35 deles já adotam o mesmo sistema.

Então porque Bolsonaro e seus eleitores mais fanáticos querem voltar ao passado e reinstituir um sistema eleitoral arcaico, fraudulento, corrompido, trabalhoso e demorado?

Bolsonaro, político tradicional, que exerceu sete mandatos infrutíferos como deputado federal, e somente agora alega que o processo eleitoral brasileiro não é confiável? O mesmo sistema pelo qual sempre foi eleito?

Já é mais que sabido que o presidente tem limitações intelectuais, mas sua longa vivência política é suficiente para ele saber que seu factoide, o voto impresso, não tem a mínima chance de ser aprovado pelo Congresso Nacional, onde a maioria dos partidos e até seus aliados, o presidente da Câmara dos Deputados e do Senado já declararam ser contrários a essa esdrúxula proposta.

E por que Bolsonaro insiste, agride as instituições, O STE, o STF, joga seus seguidores fanáticos na rua para bradar contra o mais moderno e seguro sistema eleitoral do mundo?

Na verdade Bolsonaro persegue dois objetivos, além de dar continuidade à estratégia utilizada por Goebbles, ministro da comunicação de Hitler, de que uma mentira contada mil vezes pode se transformar em verdade.

Primeiro desviar o foco da CPI do Covid instalada no Senado para apurar as falcatruas no Ministério da Saúde que protelou a compra de vacinas porque negociava grossas propinas com atravessadores, além de um esquema para produção e comercialização da Cloroquina e outros medicamentos do tal “tratamento precoce” que em nada contribuiu para evitar a propagação da Covid-19 e levar a óbito mais de meio milhão de pessoas.

Segundo, porque Bolsonaro, mesmo tendo raciocínio limitado, diante da queda cada vez maior de sua popularidade em todas as pesquisas, percebe que sua chance de vitória em 2022 vai se tornado uma possibilidade real. Na última delas Bolsonaro perde para todos os demais concorrentes.

Assim para Bolsonaro o voto impresso, como no passado o voto de cabresto, poderia ser uma salvação. Nas suas bases os patrões poderiam controlar os votos de seus empregados, os pastores de seus fiéis, a milícia das regiões onde domina e assim por diante.

Na tentativa de evitar iminente derrota, como um náufrago em desespero, Bolsonaro se agarra à mesma estratégia de Trump e propaga aos quatro ventos que sem voto impresso as eleições seriam fraudadas.

Bolsonaro, como de costume, com suas ações e falas inverídicas e descabidas, se isola e se desmoraliza cada vez mais. E infelizmente, devido a uma parcela de eleitores que se identificam com sua concepção conservadora, fascista e até nazista, ainda não está morto politicamente.

Urge a formação de uma ampla frente composta pelos diversos segmentos democráticos e populares para pôr fim a esse governo responsável pelo atraso e falcatruas na compra de vacinas, na implementação de medicamentos inadequados, o que motivou a mortes de mais de 550 mil brasileiros. Pelo desemprego recorde, falência de mais de 800 mil pequenas e médias empresas, desastres ambientais, aumentos exorbitantes dos combustíveis e dos alimentos.

Desde de o inicio do governo Bolsonaro, até o momento, não aconteceu nenhuma obra benéfica aos brasileiros. O que assistimos são tragédias, privatizações à preços vis do nosso petróleo, das empresas energéticas e agora dos Correios.

Sob pena de maiores e mais graves prejuízos precisamos dar um basta nesse governo, voltar as ruas massivamente e gritar com força Fora Bolsonaro!

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