América Latina na Olímpiada: Cuba e Brasil lideram; Equador é surpresa

Com 14 dias de Jogos, brasileiros subiram mais vezes ao pódio dos que os cubanos (14 a 11), mas têm um ouro a menos (3 a 4)

O lutador Mijaín López, tetracampeão olímpico e destaque de Cuba nos Jogos de Tóquio

A cinco dias do encerramento da Olimpíada de Tóquio, apenas seis dos quase 40 países latino-americanos e caribenhos já conquistaram medalhas de ouro até esta terça-feira (3). As delegações de Cuba, Brasil, Jamaica, Equador, Venezuela e Porto Rico lideram, por assim dizer, o quadro de medalhas da América Latina em Tóquio.

No total, com 14 dias de Jogos Olímpicos, os brasileiros subiram mais vezes ao pódio dos que os cubanos (14 a 11), mas têm um ouro a menos (3 a 4). Na classificação geral, Cuba é a 14ª melhor nação, enquanto o Brasil está em 18º lugar. A disputa simbólica entre os dois países deve se estender até domingo (8), último dia dos Jogos na capital japonesa.

O feito de Cuba é ainda mais notável diante do tamanho reduzido de sua delegação. Se em 2016 a ilha socialista levou 124 atletas aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, agora são apenas 70 esportistas cubanos em Tóquio. Ainda assim, o país já igualou o número de medalhas conquistadas no Rio, impulsionado, especialmente, pelas conquistas na luta greco-romana e no boxe.

Para ultrapassar Cuba, o Time Brasil provavelmente dependerá de um bom desempenho nos esportes coletivos. A seleção masculina de futebol, por exemplo, vai disputar a final contra a Espanha e pode se tornar bicampeã olímpica, repetindo o ouro ganho no Rio. A meta do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) é faturar 19 medalhas em Tóquio.

A Jamaica soma cinco medalhas até o momento, sendo três numa única prova do atletismo. A final feminina dos 100 metros rasos em Tóquio terminou com ouro para Elaine Thompson-Herah, prata para Shelly-Ann Fraser-Pryce e bronze para Shericka Jackson – o que levou a formação de um inédito e histórico pódio 100% jamaicano.

A grande surpresa no continente é o Equador. Em todas as edições dos Jogos Olímpicos, o país sul-americano havia levado somente uma medalha de ouro (em Atenas-2004). Agora, em 2021, dois equatorianos já subiram ao degrau mais alto do pódio olímpico: o ciclista Richard Carapaz (competição de estrada) e a halterofilista Neisi Dajomes (categoria até 76kg). O país ocupa hoje a 27ª colocação no quadro de medalhas.

A Venezuela – que, a exemplo de Cuba, sofre um criminoso bloqueio econômico liderado pelos Estados Unidos – festejou o ouro e o recorde mundial da fenomenal Yulimar Rojas no salto triplo. É a primeira mulher venezuelana a chegar ao topo de uma modalidade olímpica. “Tremenda vitória de Yulimar Rojas!”, saudou no Twitter o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que elogiou a atleta: “Você brilha com luz própria, é o fiel reflexo do espírito batalhador e de grandeza do povo venezuelano.”

Colômbia e República Dominicana estão empatadas na disputa continental, com duas pratas e um bronze para cada país. O México também arrebatou três medalhas, mas todas de bronze. O “top 10” da América Latina é completado pela Argentina, que deixará Tóquio com ao menos uma medalha – o bronze da seleção masculina no rúgbi de 7.

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