Novo livro de Carlos Montaño debate identitarismo e luta de classes

A editora Anita Garibaldi promove nesta quinta-feira (29), às 19h30, mais uma atividade de lançamento do livro “Identidade e Classe Social”, de Carlos Montaño. Durante o evento online o autor debaterá os temas abordados no livro com a professora Angélica Lovatto.

Manifestación” (1934), tela-mural do argentino Antonio Berni

“Identidade” e Classe Social (Anita Garibaldi, 2021), novo livro do professor Carlos Montaño (UFRJ), traz à luz do debate político e acadêmico um tema de grande relevância para a esquerda, mexendo no nervo central da luta pela emancipação da classe trabalhadora na atualidade. Ao abordar conceitos como identidade, identitarismo, pós-modernismo, lugar de fala, classes sociais, entre outros, o livro de Montaño se propõe a fazer uma análise crítica para a articulação das lutas de classes e antiopressivas.
A professora Angélica Lovatto (Unesp-Marília), que assina o potente prefácio da obra, destaca o “rigor intelectual e a fundamentação teórica apurada do autor no enfrentamento de um tema polêmico e, acima de tudo, necessário.”

Segundo Angélica, Montaño confere tratamento privilegiado ao tema da emancipação humana, “um tratamento raro mesmo entre autores marxistas”.

Tratando de uma das principais dimensões do irracionalismo contemporâneo e apoiando-se em uma bibliografia que vai de Marx e Engels a Silvio Almeida, passando por Boaventura de Sousa Santos, Touraine, Weber, Bauman, Habermas, Lukáks e muitos outros, a crítica geral do autor concentra-se na pós-modernidade, detalhando as diferenças entre identidade e sua transmutação em identitarismo, o segundo correspondendo a uma redução, fragmentação (e isolamento) da identidade e diminuindo – ou, na maioria das vezes, anulando – sua importância e articulação para as lutas de classes.

Dividido em duas partes, o livro anuncia no próprio título sua hipótese principal: articular lutas de classes e lutas antiopressivas, por meio de uma análise crítica: as lutas de classes trazendo a discussão sobre a exploração na sociedade capitalista, e a identidade fundamentando o debate sobre as opressões, no sentido de lutas que têm sua particularidade, mas não podem deixar de ser consideradas no contexto da classe social.

A também professora universitária Maria Lygia Quartim de Moraes (Unicamp e Unifesp) contribui com um texto na “orelha” do livro, onde registra que: “defendendo a importância primordial da luta de classes para a superação do capitalismo, Carlos Montaño faz um balanço crítico das teorias que transformaram as lutas contra opressões especificas (de gênero, raça, sexualidade) em uma espécie de identitarismo sem perspectiva unitária, levando mesmo a rivalidades e à política de ‘cancelamento’ entre distintos movimentos”. Para Maria Lygia, “a crítica do autor incide especialmente sobre os equívocos das teorias pós-modernas, que terminam sendo capturadas pela lógica individualista do neoliberalismo, em que a ideologia do empreendedorismo (que encobre o desemprego, a precarização e a perda de direitos trabalhistas) tem seu correlato na falácia do ‘empoderamento’ e o debate político é cerceado em nome do ‘lugar da fala’ que, em última instância, nega qualquer possibilidade de unidade na luta”.

O geógrafo Gerson de Souza Oliveira, membro do Grupo de Estudos “Terra, Raça e Classe”, do MST, acompanha a produção teórica do autor e avalia que “seu mérito está justamente em afirmar que a luta revolucionária não deve prescindir das lutas antiopressivas que, prospectivamente, devem estar articuladas às lutas anticapitalistas, potencialmente emancipadoras da totalidade do gênero humano.”

Além de Gerson, historiador e ex-presidente da União de Negros pela Igualdade (Unegro), Edson França, também figura na quarta-capa do livro na qual registra que o livro apresenta “uma importante contribuição para um tema polêmico na esquerda, pois assenta que um projeto emancipatório revolucionário deve acolher de forma complementar as lutas antiopressivas (identidades) e a luta de classe, ao tempo que rejeita a lógica identitarista – fonte de fragmentação e desconstrução da classe social como categoria universal”.

A historiadora, Soraya Moura, divulgadora da obra de Clóvis Moura, também comparece na quarta-capa. Segundo ela, “pensadores de viés marxista apontam que alguns movimentos sociais podem cair no equívoco do identitarismo, que mascara e no fundo não ataca o racismo como dinâmica do capital, e que divide a real luta política. Como totalidade, a luta do negro no Brasil deve ocorrer em diferentes campos sem romper com a possibilidade mais ampla de destruição do racismo e de construção de relações humanas que superem a exploração e opressão de um grupo de seres humanos por outro. Por isso, a leitura da presente obra é mais que oportuna, é urgente”.

SERVIÇO:
Evento: Lançamento do livro “IDENTIDADE” E CLASSE SOCIAL
Quando: 29 de julho de 2021, das 19h30 às 21h
Links de acesso:
Link no Youtube:
https://www.youtube.com/watch?v=6cJQyxWP1Cg
Link no Facebook: https://www.facebook.com/644628405556304/posts/4497742570244849/

Sobre o livro:
Título: “IDENTIDADE” E CLASSE SOCIAL
Autor: Carlos Montaño
ISBN: 978-65-89805-05-2
Páginas: 416
Edição: 1ª
Ano: 2021
Preço: R$ 56,00
Tamanho: 16cmLx23cmAx2,5cm
Link de venda: https://www.livrariaanita.com.br/produto/478922/identidade-e-classe-social

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