UNE elege nova diretoria e convoca “Fora Bolsonaro” no dia 24 de julho

Dos dias 14 a 18 de Julho, o Congresso contou com muitos debates e a transmissão ocorreu pelo canal de YouTube da entidade, com convidados de diversos movimentos sociais, educacionais e parlamentares

(Foto: Reprodução)

Na tarde do último domingo (18) se encerrou o Congresso Extraordinário da União Nacional dos Estudantes (UNE), que indicou em caráter excepcional pelos próximos 12 meses a nova diretoria da entidade. 

“As consequências desse Congresso não se restringem a eleição da nova diretoria, era necessário que a gente adaptasse uma importante etapa do congresso que diz respeito ao debate político que é a base desse processo, entendemos que a disputa de projetos na UNE, são ainda mais importantes que a indicação e a disputa de nomes”, destacou o agora ex-presidente da entidade Iago Montalvão.

Dos dias 14 a 18 de Julho, o Congresso contou com muitos debates e a transmissão ocorreu pelo canal de YouTube da entidade, com convidados de diversos movimentos sociais, educacionais e parlamentares. Durante o período, foi aprovado em consenso as novas diretrizes para a entidade e o movimento estudantil no próximo ano, como a Carta Brasil onde defende que a demonstração de forças do campo de oposição a Bolsonaro nas ruas inaugura uma nova fase das lutas populares, que serão fundamentais para a sua derrota.

“Consideramos indispensável nos manter mobilizados respondendo ao amplo sentimento de indignação social, construindo um calendário de plenárias estudantis e, de lutas unificadas junto às Frentes Brasil Popular, Povo sem Medo, Campanha Fora Bolsonaro, centrais sindicais e absolutamente todos os setores da sociedade que queiram somar rumo a um novo dia de luta nas ruas no dia 24 de julho”, diz documento.

Também foram aprovadas moções pela conclusão das obras e reabertura da Biblioteca Central da Universidade Estadual da Piauí; Não à intervenção bolsonarista na UFRA; Não à Privatização dos Correios; Pela quebra das patentes das vacinas contra Covid-19 entre outras.

“Nós somos a geração que vai derrubar Bolsonaro. Dia 24 de Julho, vamos todos às ruas para derrubar este governo”, disse a estudante de Direito Bruna Brelaz, eleita a nova presidente da União Nacional dos Estudantes – Foto: Reprodução/Mídias Sociais

A estudante de Direito Bruna Brelaz assumiu a nova gestão da UNE. Devido a pandemia e a impossibilidade de realizar um evento que chega a reunir 10 mil estudantes, a UNE indicou a nova diretoria respeitando a proporcionalidade eleita na votação do seu 57º Congresso, realizado em 2019. A nova composição terá duração de um ano, podendo ser estendida.

“Nós construímos esse Congresso da UNE de norte a sul desse país pra falar dos anseios mais profundos da educação e do Brasil. Nós somos o símbolo dessa geração que honrou todas as outras gerações em não se recusar à luta em um momento em que o Brasil passa por uma profunda crise econômica, social e sanitária. Eu acredito que a UNE terá o desafio de colocar a educação no centro das discussões de um projeto de país, no centro das discussões do que nós queremos apresentar ao Brasil e acredito que nós precisamos levantar as bandeiras que envolvem a defesa da lei de cotas, permanência e ampliação das universidades”, disse Bruna. 

“Nós somos a geração que vai derrubar esse genocida, nós somos a geração que vai derrubar Bolsonaro e que vai mobilizar muitos estudantes, muitos estudantes de forma virtual, mas assim quando for seguro, nós estaremos nas salas de aula conversando com cada um e cada uma sobre os desafios da educação do movimento estudantil e do Brasil. Nós acreditamos que esse próximo será um período de mobilização nas ruas, na construção de uma frente ampla que nos possibilite derrotar de uma vez por todas o projeto genocida de Bolsonaro, o projeto de morte de Bolsonaro. Dia 24 de Julho, vamos todos às ruas derrubar este governo”, concluiu.
O diretor de universidades públicas Maycon Maciel afirmou que essa gestão teve um papel fundamental nas mobilizações e que seguirá lutando pela derrocada de Bolsonaro.

“Nossa gestão da UNE começou com muitos desafios em 2019, o primeiro ano do governo Bolsonaro foi regado a ataques à educação e à ciência, no mesmo ano construímos os grandes tsunamis da educação que repudiaram as ações de Weintraub, que chamava as universidades públicas de balbúrdia, fazendo cortes no orçamento e inviabilizava o funcionamento delas. Já neste 2020, vimos o descaso de Bolsonaro em promover ainda mais a pandemia, com seu negacionismo, com seus ataques à ciência, a vacina, levando mais de 540 mil mortos, essas mortes que poderiam ser evitáveis”, disse.

“Bolsonaro é o maior inimigo do país e a UNE tem um papel fundamental que é construir a maior frente ampla da história do país para derrubar o pior governo desse país já visto”, destaca Maycon Maciel, diretor de Universidades Públicas da UNE – Foto: Reprodução/Mídias Sociais

“O desafio dessa nova gestão é o desafio de construir uma frente ampla para derrubar e derrotar Bolsonaro. Ele tem anunciado que não vai aceitar as eleições de 2022  se ele não sair vencedor, o golpe já tá anunciado e o desafio da UNE é construir, é contribuir com a construção da mais frente ampla possível para derrotar Bolsonaro com setores da direita, do centro, da esquerda, com os setores democráticos nosso do nosso país para que nós possamos tirar o nosso inimigo maior que é Bolsonaro, que é o cara que ataca a educação, só esse ano foram cortes mais de 1 bilhão na educação, no orçamento das universidades federais, tendo um retrocesso no orçamento. Bolsonaro é o maior inimigo do país e a UNE tem um papel fundamental que é construir a maior frente ampla da história do país para derrubar o pior governo desse país já visto. É inadmissível que as pessoas continuem morrendo por uma doença que já tem vacina e está sendo cada vez mais provado que poderia ter vacina, mas eles queriam propina. O povo morrendo nos hospitais e eles querendo propina, querendo dinheiro, querendo lucrar em cima das vidas do povo brasileiro que está morrendo”, concluiu.

Fonte: Hora do Povo