CPI da Covid é prorrogada por 90 dias; pressão sobre Bolsonaro cresce

Determinação ocorre num momento em que ganha espaço a linha de apuração sobre suposta prática de corrupção do governo na negociação de vacinas

Para desalento da base do presidente Jair Bolsonaro, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Senado terá mais 90 dias. Durante as votações em plenário nesta quarta-feira (14), o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, leu o requerimento de prorrogação da CPI. 

O autor do requerimento é o vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Com a leitura, a CPI está oficialmente prorrogada por mais. A comissão foi instalada em 27 de abril com prazo de três meses de funcionamento. Com a prorrogação, a CPI poderá trabalhar até o começo de novembro.

“Teremos amanhã sessão do Congresso para apreciação da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Portanto, há uma expectativa de aprovação da LDO e, consequentemente, do recesso parlamentar, de modo que o prazo da CPI ficaria suspenso – ela se encerraria no dia 7 de agosto”, explicou Pacheco. “Sendo esta a sessão de hoje a última sessão do Senado antes do recesso, impõe-me, valendo-me do Regimento e do direito da Minoria, comunicar ao Plenário que recebi requerimento, do senador Randolfe Rodrigues e outros senadores, solicitando a prorrogação do prazo da CPI da pandemia por 90 dias.”

A determinação ocorre num momento em que ganha espaço a linha de apuração sobre suposta prática de corrupção do governo na negociação de vacinas. Outros focos de investigação estiveram no “gabinete paralelo” do Ministério da Saúde e na conduta negacionista do governo em meio à crise sanitária.

Para o senador Fabiano Contarato (Rede-ES), a CPI já provou vários crimes de Bolsonaro, como charlatanismo, usurpação de função pública e infração de medida sanitária preventiva. Estão sob análise, também, possíveis práticas de prevaricação e de corrupção ativa e passiva. Com a prorrogação dos trabalhos da comissão, a pressão sobre Bolsonaro deve crescer ainda mais.

O presidente da CPI é o senador Omar Aziz (PSD-AM). O relator é o senador Renan Calheiros (MDB-AL). Nesta quinta-feira (15), a comissão colherá o depoimento do procurador da empresa Davati Medical Supply no Brasil, Cristiano Carvalho.

Com informações da Agência Senado e da CartaCapital