Senadora responde a general e diz que CPI mira quem envergonha a farda

Simone Tebet deu uma resposta dura ao general Eduardo José Barbosa, presidente do Clube Militar, que elevou o tom novamente contra a CPI

Simone Tebet na direção dos trabalhos da CPI (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) disse que é preciso “separar o joio do trigo” no conflito que envolveu os comandantes das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) e o presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD), que criticou militares envolvidos em falcatruas. “Não estamos investigando a instituição militar em sua missão, mas o militar ou os militares que se investem numa função política e que infelizmente, por indícios de irregularidade, envergonham a instituição das Forças Armadas brasileiras”, afirmou a senadora.

Uma das vozes mais atuantes da bancada feminina na CPI, Tebet fez a fala em resposta ao general Eduardo José Barbosa, presidente do Clube Militar, que elevou o tom novamente contra a CPI, um dia depois da nota do ministro da Defesa, Braga Neto, e os três comandantes.

Ele disse que o presidente do “Circo Parlamentar de Indecência se enquadra, perfeitamente, para a Instituição a qual ele pertence, onde seus integrantes, em sua grande maioria, não conseguem justificar a origem de seus patrimônios”. Afirmou ainda que a investigação contra parlamentares é “sempre bloqueada por uma Suprema Corte que envergonha o país.”

Diante dessa nova situação, a senadora defendeu que não era a hora de elevar o tom, “mas muito menos de se curvar ou calar”. Lembrou que estava na sessão da CPI quando o presidente do colegiado se referiu aos militares. “Em nenhum momento se atingiu a instituição das Forças Armadas brasileiras, pelas quais nós temos o mais absoluto respeito”, explicou.

Politização das Forças

“Nós não podemos permitir que se politize as Forças Armadas brasileiras, da mesma forma que não podemos militarizar o Congresso Nacional. As Forças Armadas são instituições de Estado”, defendeu. Tebet explicou ainda que, quando um militar decide ocupar cargos no Executivo, ele se transfere de uma instituição de Estado para um outro órgão.

“Deixa, portanto, a instituição militar e se transfere para a arena política. É assim como em qualquer integrante do executivo, entre elas a de se submeter à investigação dos poderes e dos órgãos de controle”, argumentou.

Destacou que a CPI se fundamenta em fatos determinados e, infelizmente, continuados. “Ela não pode escolher, a seu bel-prazer, um rol de investigados, sejam eles quais forem”, disse.

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