Governo Bolsonaro é culpado pela alta na conta de luz, dizem parlamentares

Cobrança passou de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 kWh consumidos e será aplicada a partir de julho até novembro deste ano

(Fotomontagem Eletron Energia)

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira (29) um reajuste de 52% na bandeira tarifária vermelha patamar 2 – cobrança adicional aplicada às contas de luz realizada quando aumenta o custo de produção de energia.

O governo federal alega que o aumento no custo da produção de energia está sendo provocado por uma crise hídrica, que provocou redução nos níveis dos reservatórios das hidrelétricas responsáveis pela maior parte da geração de eletricidade no país. Porém, parlamentares atribuem o aumento na conta de luz à falta de planejamento do governo.

Para a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), o reajuste maior na bandeira tarifária para o consumidor brasileiro é responsabilidade do governo federal, que não se planejou para enfrentar a estiagem com recursos disponibilizados pela ciência e a tecnologia.

“Estamos vivendo a pior crise hídrica em 91 anos com o pior governo possível para enfrentá-la. O Brasileiro vai pagar a conta???”, questionou a parlamentar em mensagem no Twitter. Segundo Jandira, o governo Bolsonaro “não pode empurrar mais essa para milhares de brasileiros”.

A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) também usou suas redes sociais para condenar o reajuste de energia. “Aquela expressão ‘o brasileiro não tem 1 minuto de paz’ é o que tem marcado os dias de governo Bolsonaro. É aumento de gasolina, de gás de cozinha e, novamente, da energia. Agora a tarifa extra, bandeira vermelha na conta de luz, vai ficar 52% mais cara. Fomos contra a privatização da Eletrobras e alertamos sobre o aumento da tarifa e possíveis apagões. Não fomos ouvidos! Seguiremos na luta para que o trabalhador não pague mais essa conta do desgoverno de Bolsonaro”, escreveu.

O argumento da crise hídrica se choca com a privatização da Eletrobras, proposta pelo governo e aprovada pela Câmara dos Deputados, que pode ferir a economia popular e causar prejuízos aos trabalhadores do país. A venda da estatal deve elevar a conta de luz em até 25% num primeiro momento.

Segundo a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), como se já não bastasse o aumento do gás e da cesta básica, a conta de luz que já estava na bandeira tarifária 2, vai aumentar 52%. “Precisamos dar um basta! Rebele-se contra este governo ocupando as ruas no dia 3 de Julho #forabolsonaro”, conclamou em sua conta no Twitter.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) também criticou o tarifaço na conta de energia elétrica. “A incompetência (de Bolsonaro) custará 52% mais caro no bolso do povo brasileiro”, disse.

O deputado Alexandre Padilha (PT-SP) diz que o governo Bolsonaro representa conta de luz mais cara, menos trabalho e menos comida no prato. “Quem paga o pato pelo desgoverno de Bolsonaro é a população mais pobre que tem lutado para sobreviver durante a pandemia. É assim: quem governa para empresários, nunca vai se lembrar de seu povo”, criticou.

“Dia 21 de junho: aprovada privatização da Eletrobras no Congresso Nacional. Dia 29 de junho: Aneel reajusta o valor da tarifa de luz em 52%. Parabéns aos envolvidos. Nós avisamos!”, disse a deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS).

O senador Paulo Paim (PT-RS) diz que os especialistas alertam para apagões. “Podemos voltar aos tempos dos lampiões e luz de velas. O governo se desmancha na incapacidade, no descaso. A economia não cresce. Faltam políticas públicas sociais, humanitárias e de geração de emprego e renda”, criticou.

As bandeiras tarifárias são cobradas na conta de luz dependendo das condições de geração de energia no país. Quando as condições são favoráveis, não há cobrança (bandeira verde). Quando há problemas, são cobradas as bandeiras amarela, vermelha ou vermelha patamar 2, a mais alta.

Fonte: Liderança do PCdoB na Câmara dos Deputados