Mesmo após as denúncias, Bolsonaro nomeia mulher de Barros para Itaipu

Nomeação se deu dois meses depois de Luis Miranda e seu irmão terem informado ao presidente que o líder do governo estava dando um golpe de US$ 45 milhões no Ministério da Saúde com a compra da Covaxin

O líder do governo na Câmara, (Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)

Em seu relato à CPI da Pandemia, nesta sexta-feira (25), Luis Miranda disse que Bolsonaro já sabia que seu líder na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR) era o chefe do esquema montado no Ministério da Saúde. Nenhuma providência foi tomada por parte de Bolsonaro, apesar dele ter prometido aos dois denunciantes que levaria o caso à direção geral da Policia Federal.

A PF informou à CPI que não há nenhum inquérito aberto a pedido do presidente sobre esse assunto. A única “providência” tomada por Bolsonaro foi nomear a mulher de Ricardo Barros, Cida Borghetti, para o cargo de Conselheira de Itaipu, com mandato até maio de 2024. Ele fez a nomeação no dia 6 de maio, ou seja, dois meses depois de tomar conhecimento, e de apontar para Miranda, que sabia que Ricardo Barros estava armando um golpe de US$ 45 milhões aos cofres públicos na compra da Covaxin.

O cargo de conselheiro da Itaipu é um dos mais cobiçados entre os políticos que transitam nos bastidores do poder em Brasília e paga cerca de R$ 27 mil mensais pela participação em reuniões pontuais do Conselho. A mulher de Barros terá de “comparecer a reuniões que acontecem de dois em dois meses. São 324 mil reais por ano, para 6 meses de trabalho.

A fala de Bolsonaro aos denunciantes revelando que ele sabia da atuação criminosa de Barros e a nomeação, mesmo assim, da mulher dele para o cargo de Itaipu, mostra que Bolsonaro não só já sabia do esquema de corrupção de seu líder, como, ao que tudo indica, era seu cúmplice.

Fonte: Hora do Povo