Oposição faz ato contra mortes por Covid-19

Parlamentares de vários partidos se juntaram no lamento às mortes pela doença e reforçaram críticas à gestão da pandemia pelo governo Bolsonaro.

Deputados dos partidos de oposição realizaram, nesta terça-feira (22), um ato no plenário da Câmara contra as 500 mil mortes por coronavírus. Os parlamentares exibiram cruzes com laços pretos para simbolizar os brasileiros mortos durante a pandemia e, em ação coordenada de pronunciamentos, subiram o tom das críticas contra o governo do presidente Jair Bolsonaro.

No sábado, 19 de junho de 2021, o Brasil ultrapassou a devastadora marca de meio milhão de mortos pela Covid-19 desde o início da crise sanitária, em março de 2020. O avanço da pandemia no Brasil se deu num ritmo assustador, auxiliado pelo negacionismo do governo federal que, desde o início da pandemia, atuou contra as necessidades mais urgentes do povo brasileiro.

Para Renildo Calheiros (PCdoB-PE), líder do PCdoB na Câmara,os brasileiros tiveram “a infelicidade de serem atingidos pela pandemia no período em que a nação está sem presidente”. O parlamentar lembrou que, desde o registro dos primeiros casos, a postura do governo Bolsonaro foi de negar a gravidade da doença.

“Primeiro, ele negava o vírus, negava pandemia. Depois, disse que isso não passava de uma gripezinha. Mais adiante, disse que tinha medicamento que tratava as pessoas, e induzia os brasileiros a usarem cloroquina. Sempre estimulou as aglomerações, desrespeitou todas as medidas de proteção, como as máscaras. Faz chacota das pessoas que reclamam providências do governo”, denunciou.

O líder do partido destacou ainda que, mesmo diante da morte de mais de 500 mil pessoas, não houve uma palavra séria do chefe do executivo sobre a tragédia. “Não há um lamento do presidente da República, não há uma manifestação de solidariedade e de respeito”, criticou.

“O presidente da República é um homem doente, que está levando o país ao caos. É evidente que o país não pode continuar com Bolsonaro, não podemos aceitar um presidente como esse que comete um genocídio contra o povo brasileiro”, acrescentou Renildo.

Segundo o líder da Minoria, deputado Marcelo Freixo (Psol-RJ), o ato foi organizado para pedir ações em defesa da vacina e contra Jair Bolsonaro. “O que estamos aqui dizendo é que é preciso dar um basta em um governo absolutamente irresponsável. Bolsonaro agiu de forma errada, por ideologia, negando a ciência e contrariando governadores”, apontou.

“Essas 500 mil mortes não foram por acaso, essas mortes não foram inevitáveis. A maior de todas as irresponsabilidades foi a recusa do governo de comprar vacina nos primeiros momentos em que nós poderíamos as ter comprado”, completou o líder da Oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ).

Enquanto a vacinação segue em ritmo lento no país, a pandemia segue em situação crítica. Segundo o último Boletim Covid-19 da Fiocruz, a taxa de ocupação de leitos de UTI permanece acima dos 80% em 18 dos principais estados brasileiros, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Pernambuco e Bahia. Assim como a taxa de contágio e a média móvel de óbitos estão em patamares elevados. No caso dos óbitos, há mais de 45 dias, seguimos com média de duas mil mortes diárias.  

Fonte: PCdoB na Câmara